RESENHA diferenciada: Anna e O Beijo Francês - Stephanie Perkins
OBS: Como todos devem ter percebido, eu tenho feito uma pesquisa acerca das resenhas do blog. Para ajudar na opinião de vocês, decidi escrever a resenha corrida do livro Anna e O Beijo Francês, que foi publicada no blog Reading books and more... do qual ganhei o livro.
Edição: 1
Editora: Novo Conceito
ISBN: 9788563219329
Ano: 2011
Páginas: 288
Sinopse: Anna Oliphant tem grandes planos para seu último ano em Atlanta: sair com sua melhor amiga, Bridgette, e flertar com seus colegas no Midtown Royal 14 multiplex. Então ela não fica muito feliz quando o pai a envia para um internato em Paris. No entanto, as coisas começam a melhorar quando ela conhece Étienne St. Clair, um lindo garoto -que tem namorada.Ele e Anna a se tornam amigos mais próximos e as coisas ficam infinitamente mais complicadas. Anna vai conseguir um beijo francês? Ou algumas coisas não estão destinadas a acontecer?
Anna Oliphant é uma americana de Atlanta, filha de um famoso escritor (não por méritos próprios, mas por agradar o público-alvo com histórias exasperadoras), enviada a Paris para estudar na School of America in Paris, um internato para filhos de americanos. É claro que Anna fica totalmente desgostosa, pois tem uma vida social completamente estruturada em Atlanta, além de seu quase-namoro estar dando resultados.
Na primeira noite, ela conhece Meredith, a vizinha do quarto ao lado (que a procura após ouvir seu choro). Elas tomam um chocolate quente e conversam sobre Beatles e futebol. Anna decide ir embora, pois já é tarde. Está tão distraída que esbarra em algo... ou melhor, em alguém. O garoto mais lindo que ela já havia visto na vida: Étienne. Totalmente aparvalhada, ela volta a seu quarto.
No dia seguinte, ela encontra Meredith na mesa junto com os outros amigos da turma: Josh, Rashimi e St.Clair... Que inegavelmente é o menino que ela conhecera na noite anterior.
A história em geral se passa em torno dos cinco amigos, além do "quadrado amoroso" de Étienne, Meredith, Ellie e Anna.
Primeiro, ao enredo. No começo, é bem gostoso de ler (embora haja algumas partes sem lógica alguma, falha da tradução). O livro traz em sua capa: "Stephanie Perkins escreveu um romance de estreia divertido, com personagens espirituosos que garantem dedos formigando e corações derretendo." Até o Capítulo 9, é exatamente assim. Anna e Étienne estão em Paris, a cidade mais romântica do mundo! Visitam os lugares mais incríveis, fazem coisas e se tornam muito amigos. A partir deste capítulo, a história declina. Há algo relacionado com o aparecimento de Ellie (em carne e osso), além dos sentimentos de Mer trazidos à tona capítulos antes. E o romance, que era para ser "divertido", se torna um drama enfadonho que chega a deixar um gosto de fel na boca. Os desencontros são muitos, os altos e baixos são constantes, e cansam, como cansam! Para piorar, as situações que acontecem em Atlanta com os amigos de Anna também acontecem em Paris... com ela! A autora quis mostrar que a personagem amadureceu, mas pelo contrário: só demonstrou o quanto ela não mudara, pois era a mesma imatura e passional.
O romance de Anna e Étienne deveria ser dificultado, é claro. Entretanto, esse constante desencontro entre os dois conseguiu transformar um romance promissor em uma espécie de enredo sem sal com muito sofrimento, bem semelhante aos do pai de Anna! Com a exceção, é claro, de que eles não morrem no final.
Um ponto positivo para a autora é a contextualização que ela imprimiu ao citar outras obras (como Harry Potter e Hogwarts), além de um crítica velada aos livros com finais terríveis (como os de Nicholas Sparks, por exemplo).
Quanto aos personagens, Étienne tinha tudo para ser o mais perfeito e humano dos mocinhos. Uma das razões que mais me instigou a ler foi exatamente esta! Simplesmente repudio os romances em que o mocinho é tão, mas tão perfeito que beira o irreal! Étienne, então, se transforma no cara mais inseguro, taciturno e incompreensível que já foi escrito, tão diferente da personalidade real. Os problemas o transformaram nisso? O amor proibido fez dele um homem cabisbaixo? Anna diz isto a ele no Dia de Ação de Graças, e ele parece ouvir. A personagem de Étienne tem muitas complicações, é verdade; mas já as tinha antes dos acontecimentos posteriores. Se ele era capaz de sorrir antes, também seria agora.
Anna, por sua vez, é uma personagem insossa. Sempre na cola dos outros quatro como se fosse um "cachorrinho" sem dono. Tudo bem, ela era aluna nova, mas o modo como eles a acolheram deveria tê-la transformado em uma integrante real do grupo e não em uma completa estranha. Além de ser um tanto superficial, naturalmente, com todos aqueles pensamentos irracionais e movidos exclusivamente pelo início de um amor. É assim que garotas de dezessete anos ainda se comportam? É realmente um romance bem americanizado (situações semelhantes podem acontecer no Brasil ou em quaisquer outros lugares, é claro, mas não posso concordar com o modo com que foram abordadas).
Os outros personagens são bem superficiais, fazendo seus papeis na história.
O final é muito bom, confesso, mas não tirou a sensação amarga com a qual fiquei após a leitura de tantos capítulos cansativos. O ponto que mais quero ressaltar é: o fato de o romance "divertido" e as personagens espirituosas não se concretizarem.
Quanto a coesão e coerência, o livro é impecável. Já sintaticamente, fiquei consternada pelo fato dos vocativos não serem respeitados, produzindo expressões ambíguas ou alterando o sentido de diversas falas.
Nota: 3 estrelas (que aqui seria correspondente ao 6,5).
Edição: 1
Editora: Novo Conceito
ISBN: 9788563219329
Ano: 2011
Páginas: 288
Sinopse: Anna Oliphant tem grandes planos para seu último ano em Atlanta: sair com sua melhor amiga, Bridgette, e flertar com seus colegas no Midtown Royal 14 multiplex. Então ela não fica muito feliz quando o pai a envia para um internato em Paris. No entanto, as coisas começam a melhorar quando ela conhece Étienne St. Clair, um lindo garoto -que tem namorada.Ele e Anna a se tornam amigos mais próximos e as coisas ficam infinitamente mais complicadas. Anna vai conseguir um beijo francês? Ou algumas coisas não estão destinadas a acontecer?
Anna Oliphant é uma americana de Atlanta, filha de um famoso escritor (não por méritos próprios, mas por agradar o público-alvo com histórias exasperadoras), enviada a Paris para estudar na School of America in Paris, um internato para filhos de americanos. É claro que Anna fica totalmente desgostosa, pois tem uma vida social completamente estruturada em Atlanta, além de seu quase-namoro estar dando resultados.
Na primeira noite, ela conhece Meredith, a vizinha do quarto ao lado (que a procura após ouvir seu choro). Elas tomam um chocolate quente e conversam sobre Beatles e futebol. Anna decide ir embora, pois já é tarde. Está tão distraída que esbarra em algo... ou melhor, em alguém. O garoto mais lindo que ela já havia visto na vida: Étienne. Totalmente aparvalhada, ela volta a seu quarto.
No dia seguinte, ela encontra Meredith na mesa junto com os outros amigos da turma: Josh, Rashimi e St.Clair... Que inegavelmente é o menino que ela conhecera na noite anterior.
A história em geral se passa em torno dos cinco amigos, além do "quadrado amoroso" de Étienne, Meredith, Ellie e Anna.
Primeiro, ao enredo. No começo, é bem gostoso de ler (embora haja algumas partes sem lógica alguma, falha da tradução). O livro traz em sua capa: "Stephanie Perkins escreveu um romance de estreia divertido, com personagens espirituosos que garantem dedos formigando e corações derretendo." Até o Capítulo 9, é exatamente assim. Anna e Étienne estão em Paris, a cidade mais romântica do mundo! Visitam os lugares mais incríveis, fazem coisas e se tornam muito amigos. A partir deste capítulo, a história declina. Há algo relacionado com o aparecimento de Ellie (em carne e osso), além dos sentimentos de Mer trazidos à tona capítulos antes. E o romance, que era para ser "divertido", se torna um drama enfadonho que chega a deixar um gosto de fel na boca. Os desencontros são muitos, os altos e baixos são constantes, e cansam, como cansam! Para piorar, as situações que acontecem em Atlanta com os amigos de Anna também acontecem em Paris... com ela! A autora quis mostrar que a personagem amadureceu, mas pelo contrário: só demonstrou o quanto ela não mudara, pois era a mesma imatura e passional.
O romance de Anna e Étienne deveria ser dificultado, é claro. Entretanto, esse constante desencontro entre os dois conseguiu transformar um romance promissor em uma espécie de enredo sem sal com muito sofrimento, bem semelhante aos do pai de Anna! Com a exceção, é claro, de que eles não morrem no final.
Um ponto positivo para a autora é a contextualização que ela imprimiu ao citar outras obras (como Harry Potter e Hogwarts), além de um crítica velada aos livros com finais terríveis (como os de Nicholas Sparks, por exemplo).
Quanto aos personagens, Étienne tinha tudo para ser o mais perfeito e humano dos mocinhos. Uma das razões que mais me instigou a ler foi exatamente esta! Simplesmente repudio os romances em que o mocinho é tão, mas tão perfeito que beira o irreal! Étienne, então, se transforma no cara mais inseguro, taciturno e incompreensível que já foi escrito, tão diferente da personalidade real. Os problemas o transformaram nisso? O amor proibido fez dele um homem cabisbaixo? Anna diz isto a ele no Dia de Ação de Graças, e ele parece ouvir. A personagem de Étienne tem muitas complicações, é verdade; mas já as tinha antes dos acontecimentos posteriores. Se ele era capaz de sorrir antes, também seria agora.
Anna, por sua vez, é uma personagem insossa. Sempre na cola dos outros quatro como se fosse um "cachorrinho" sem dono. Tudo bem, ela era aluna nova, mas o modo como eles a acolheram deveria tê-la transformado em uma integrante real do grupo e não em uma completa estranha. Além de ser um tanto superficial, naturalmente, com todos aqueles pensamentos irracionais e movidos exclusivamente pelo início de um amor. É assim que garotas de dezessete anos ainda se comportam? É realmente um romance bem americanizado (situações semelhantes podem acontecer no Brasil ou em quaisquer outros lugares, é claro, mas não posso concordar com o modo com que foram abordadas).
Os outros personagens são bem superficiais, fazendo seus papeis na história.
O final é muito bom, confesso, mas não tirou a sensação amarga com a qual fiquei após a leitura de tantos capítulos cansativos. O ponto que mais quero ressaltar é: o fato de o romance "divertido" e as personagens espirituosas não se concretizarem.
Quanto a coesão e coerência, o livro é impecável. Já sintaticamente, fiquei consternada pelo fato dos vocativos não serem respeitados, produzindo expressões ambíguas ou alterando o sentido de diversas falas.
Nota: 3 estrelas (que aqui seria correspondente ao 6,5).