Resenha: A Bandeja - Série Despertar - Livro 1 - Lycia Barros
Autora: Lycia Barros
Editora: Arqueiro
Páginas: 240
Ano: 2014
ISBN: 978-85-8041-279-6
Aos 18 anos, Angelina está prestes a viver o maior desafio de sua vida: sair de Petrópolis para estudar no Rio de Janeiro, deixando para trás os cuidados e a proteção de seus pais.
Assim que se instala na república de estudantes e começa a assistir à s aulas, a jovem percebe que as dificuldades serão muitas. Angelina já está desanimando de sua nova vida quando esbarra no lindo Alderico – ou Rico –, um cara capaz de fazer qualquer garota perder o fôlego. O que ela não poderia imaginar era que Rico é seu professor de linguÃstica e se interessaria por ela também.
Deslumbrada com a descoberta da paixão e certa de que Rico é seu grande amor, Angelina se joga de cabeça nessa relação, ignorando todos os conselhos que recebera dos pais a vida inteira.
Ao mesmo tempo ela começa a ter sonhos que não consegue entender: homens lhe oferecem objetos numa bandeja e, logo depois que Angelina aceita seus presentes, eles se transformam em feras e desaparecem numa floresta.
Primeiro volume da série “Despertar”, A bandeja é um romance arrebatador que retrata os dramas e as provações pelos quais qualquer jovem passa quando se afasta de sua essência e deve trilhar de novo o caminho do amor verdadeiro e de Deus.
A escrita de Lycia é constantemente comparada à escrita de Nicholas Sparks. Como sou muito “chegado” a um romance, resolvi ler o livro e ver se realmente existe algo em comum em suas respectivas narrativas. Infelizmente, não encontrei muitas semelhanças. Ambos escrevem bem, mas existe uma linha tênue que separa Lycia Barros a quilômetros de distância do nosso queridinho Nicholas Sparks. E você entenderá o porquê nesta resenha.
A Bandeja é o primeiro livro de Lycia Barros publicado (em 2010), e republicado pela Editora Arqueiro em 2014. Também é o primeiro livro da série Despertar, que contará com quatro volumes. O que chama a sua atenção de primeira neste livro é a capa. Muito bem trabalhada e lembra muito as capas do Sparks. Como eu disse ali em cima, somente as capas são semelhantes.
Este é o segundo livro da Lycia que leio e tenho dificuldades para terminar. Peguei o livro todo animado, afinal a capa/sinopse/diagramação feitos pela Arqueiro ficaram impecáveis. Ao ler o primeiro capÃtulo, achei interessante o ponto de vista da personagem. Depois do segundo e terceiro capÃtulo, achei irritante. E agora, o que fazer para terminar uma leitura, se você acha a protagonista irritante? Faz um café ou chá, respira fundo e continua.
Vocês devem estar se perguntando o motivo de minha pessoa ter achado a protagonista irritante. Bom, sou um leitor do tipo que acredita na liberdade de expressão. Não somente no que devemos falar e não falar, mas das nossas atitudes. Angelina é totalmente o contrário de tudo o que aprendi com a Sara (personagem de Puro Êxtase, leia a resenha clicando aqui), por exemplo.
“— Não me fale nada. É minha roupa de igreja, peça única. – sorriu e entramos.”
Angelina segue uma religião à risca. Afinal, seus pais são rÃgidos e ao se deparar com a mudança feita em sua vida, ela percebe que precisa de muita força e oração para continuar seguindo seus votos. Oh, céus.
Rico – podem gritar meninas, ele é lindo de doer – é um professor por quem Angelina se apaixona perdidamente. E até então, é um romance recÃproco. Ao mesmo tempo que esse romance acontece, Angelina tem sonhos muito bizarros – que são narrados com perfeição, admito – onde ela recebe objetos numa bandeja e depois os mesmos viram feras que correm para a floresta. Agora Angelina precisa seguir com sua faculdade e descobrir o significado dos seus sonhos, sem sair da trilha que sua religião segue.
“— Olá turma, meu nome é Alderico Schimitz e sou o professor de LinguÃstica I.”
Algo que talvez tenha me irritado mais que o normal, não sei se pela questão espiritual do livro, foi a opinião de Angelina a coisas que eu mesmo acho normal nos dias de hoje. Talvez a leitura não tenha me agradado por tratar-se de um romance meio que gospel. É um bom livro para quem gosta do gênero, mas acho um erro comparar sua escrita com a do Sparks (sim, eu li trocentoslivros do Sparks e ainda espero ler outros).
Bom, embora não tenha curtido tanto a leitura... É um romance que vale a pena conferir, principalmente você leitor, que gosta dos livros do Nicholas Sparks – talvez encontre alguma semelhança nas duas narrativas que eu não encontrei. Lembrando que esta opinião é minha, posso não ter gostado do livro como gosto dos livros do Spakrs, mas você pode ler e adorar. Afinal, somos todos leitores e possuÃmos gostos literários diferentes. E como diz o velho ditado: gosto não se discute.