RESENHA: Orgulho e Preconceito - Jane Austen
Título Original: Pride and Prejudice
Autora: Jane Austen
Editora: L&PM
Número de Páginas: 392
Ano: 2010
ISBN: 978-85-254-1964-4
Tradução: Celina Portocarrero
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Sinopse: "É verdade universalmente reconhecida que um homem solteiro em posse de boa fortuna deve estar necessitado de esposa."
É com essas palavras que Jane Austen inicia Orgulho e Preconceito, conduzindo o leitor diretamente ao lar dos Bennet, família com não menos que cinco noivas em potencial: Jane, Elizabeth, Mary, Kitty e Lydia. Quando o sr. Bingley e o sr. Darcy, dois jovens distintos, chegam a Hertfordshire, todas ficam em alerta: eles são solteiros, bonitos e, claro, donos de uma boa fortuna. O que poderia ser uma típica história de amor é, nas mãos de uma das escritoras de língua inglesa mais difundidas pelo mundo, um espetáculo de grandes personagens e diálogos sagazes, com um timing perfeito para a ironia.
Introdução
O livro relata os costumes do Século XVIII através da importância de um bom matrimônio, bem como intimismo do orgulho de um rapaz lacônico e o preconceito de uma moça mordaz.
Estrutura
Bem estruturado de acordo com a escrita da época. Com palavras às vezes desconhecidas do público atual, pode se tornar confuso, característica que pouco altera a grandiosidade da obra, visto que não se pode alterá-la sem que se perca a original intenção da autora. Afortunadamente, é um "problema" simples e que pouco influencia na leitura.
Tradução
Foi feita com esmero, pouco alterando o sentido original e mantendo as características fortes da escrita de Jane.
Capa
É interessante o processo em que a capa foi produzida. Propositalmente, Elizabeth "olha" para o objeto de sua atenção (positiva ou não) e Jane tem sua atenção voltada a outro assunto, de modo que nem seus olhos apareçam. As vestes de Jane são mais vistosas, e as de Lizzy quase não aparecem, denotando que o centro, a mais vistosa é Jane, o que era mais importante para um excelente matrimônio.
Análise
É uma obra que orgulha, justamente por uma mulher enfrentar as convenções sociais machistas e opressoras da época não só por sua condição pessoal, como também para outras mulheres ao escrever crítica tão contundente e ao mesmo tempo velada, capaz de agradar às mentes mais vazias e as mais perspicazes. Permite a análise como romance e como crítica incisiva à época que representava, de modo que pode-se considerar uma obra precursora do feminismo que hoje se conhece. Além, a obra analisa intimamente características tão comuns à época e que ainda coexistem com a evolução humana; também aborda a questão que a verdade tem muitas facetas e nem sempre é a que os olhos podem ver ou o que os ouvidos captam. Orgulho e Preconceito é atual por, infelizmente, ainda haver convenções sociais chulas e inúteis baseadas em machismo e poder aquisitivo.
Por que escolhi este livro?
Por ser uma crítica conhecida (e reconhecida!) aos costumes infelizes de uma época e que ainda permanecem.
Personagem Favorito
Lizzy, claro! Apesar de ser um pouco boba em suas considerações, não tem medo e é persistente.
Avaliação
- Nota de Capa: 10
- Nota de Enredo: 10
- Nota de Coerência e Coesão: 9,0
- Nota de Gramática: 10
- Nota de caracterização das personagens e ambientação da história: 10
- Nota da tradução: 10
Média: 9,8
Nota:
Recomendações
Para românticos, apreciadores de críticas, de escritos de época; para leitores em geral.
A Autora
Romancista britânica nascida em Steventon, Hampshire, Inglaterra, cuja obra literária deu ao romance inglês o primeiro impulso para a modernidade, ao tratar do cotidiano de pessoas comuns com aguda percepção psicológica e um estilo de uma ironia sutil, dissimulada pela leveza da narrativa. Filha de um pastor anglicano, toda a sua vida transcorreu no seio de um pequeno grupo social, formado pela aristocracia rural inglesa. Aos 17 anos, escreveu seu primeiro romance, Lady Susan, uma paródia do estilo sentimental de Samuel Richardson. Seu segundo livro, Pride and Prejudice (1797), tornou-se sua obra mais conhecida, embora, inicialmente, tenha sido malvisto pelos editores, o que levou por algum tempo ser descriminada no meio editorial. Depois conseguiu publicar o romance Sense and Sensibility (1811), cujo sucesso levou à publicação, ainda que sob pseudônimo, de obras anteriormente recusadas. Vieram ainda outros grandes sucessos como Mansfield Park (1814) e Emma (1816) em um estilo menos ágil e humorístico, porém ganhando em serenidade e sabedoria, sem perda de sua típica ironia. Morreu em Winchester, um ano antes de serem publicadas as obras Persuasion e Northanger Abbey, uma deliciosa sátira, escrita na juventude, ao gênero truculento da novela gótica. Seu poder de observação do cotidiano forneceu-lhe material suficiente para dar vida aos personagens de suas obras, e a crítica considerou-a a primeira romancista moderna da literatura inglesa.