1- Poderia se apresentar aos leitores do blog?
Meu nome completo é Daniel José de Carvalho. Nasci em 1937 no bairro de Santana em São Paulo e sou casado com Neusa Inácio de Carvalho há 50 anos. Atualmente moro na cidade de Piracicaba-SP.
2- Quando você começou a pensar em escrever, e por quê?
O desejo de escrever ficção foi surgindo aos poucos em minha vida, desde a infância.
Algumas vezes, sentia vontade de escrever histórias. Entretanto, a vida sempre agitada não me permitia dar vazão a esse desejo.
Durante uma madrugada de 2006, com a vida já menos agitada, eu senti um impulso vindo de meu interior. Pus-me, então, a imaginar uma história. Pela manhã, tratei de desenvolver a sinopse do meu primeiro romance, o “ACONTECEU NO SÉCULO VINTE”.
Ao fazê-lo, descobri um mundo novo de prazer e satisfação.
3- Além de escritor, você tem alguma outra atividade profissional?
Sou Administrador de Empresas. Sempre trabalhei nessa área e principalmente em manutenção de fábricas. Atualmente estou aposentado. Como executivo, permaneci longas temporadas em diversos países da Europa, Ásia e Américas. Essas viagens deram-me a oportunidade de conviver com muitas famílias e pessoas de outras culturas, o que muito me ajuda na composição de personagens.
4- Como foi o início da carreira? A família e os amigos apoiaram?
Quando comecei a escrever, não pensava em fazer carreira como escritor. Escrever é, para mim, apenas um entretenimento, um prazer. Mas, depois que a gente termina de escrever um livro, vem um segundo desejo: o desejo de que alguém leia o que você escreveu.
Sim, meus parentes e amigos me incentivaram muito quando comecei a escrever.
5- Como você encara o cenário literário do Brasil atualmente?
Infelizmente, o hábito de leitura no Brasil ainda é incipiente. Além disso, as editoras não podem se arriscar investindo em obras que não tenham boas possibilidades de aceitação pelo público consumidor. É compreensível que elas prefiram lançar títulos estrangeiros que já fizeram sucesso, ou obras de escritores brasileiros já consagrados. Portanto, atualmente é muito difícil para escritores brasileiros principiantes conseguirem que suas obras sejam publicadas.
6- Os livros mais vendidos do Brasil são, sem dúvidas, estrangeiros. Isto parte de um preconceito contra a literatura nacional arraigado há gerações ou crê que haja falta de divulgação e valorização por parte das Editoras?
A maioria dos brasileiros, em geral, valoriza mais o que é feito por outros povos. E na verdade, há que se admitir que ainda estamos saindo do subdesenvolvimento e que os povos mais adiantados, até pela sua antiguidade, têm mais recursos e experiência para produzir com mais qualidade. Mas isso já está mudando e, em muitas áreas, o Brasil tem se destacado pela qualidade e engenhosidade de seus produtos e serviços. Inclusive na literatura. Mas grande parte dos brasileiros ainda não se deu conta desse fato.
7- Como foi a publicação de seu livro?
Os meus quatro livros (e o Viking que deve sair em fevereiro) foram todos publicados pela Editora Baraúna. É um sistema de impressão digital, com tiragem sob encomenda, muito adequado para autores principiantes como eu.
8- Como escritor, você deve ler muito. Quais são as maiores referências para você? Alguma escola literária o marcou nesta jornada?
Sim, sempre li muito e principalmente obras de aventuras de época.
Minha referência, quanto ao modo de narrar uma história, são os romances de Sidney Sheldom. Ele escreve de forma simples e clara conseguindo manter o leitor continuamente interessado na trama.
Como leitor, e estudante de literatura na época do colegial, eu tive oportunidade de conhecer obras nacionais e estrangeiras de diversas escolas literárias, desde os clássicos até o modernismo. Mas confesso que não sou tão versado em literatura como gostaria de ser.
9- Dizem que os primeiros livros são um pouco autobiográficos. Isto se aplica a você? Os personagens foram baseados em pessoas do seu convívio?
Sim. Em meu primeiro livro – Aconteceu no Século Vinte – embora não tivesse sido premeditado, o personagem Jeremias acabou sendo um retrato de minha infância. Quanto aos demais personagens de meus romances, eu normalmente componho suas características físicas e psicológicas, mesclando personalidades de diversas pessoas que eu conheci pessoalmente.
10- A sua jornada como escritor apenas começou, creio eu. Qual é o seu maior intento? Qual o maior sonho em sua vida de escritor que ainda não realizou?
Sim. Considero que minha jornada de escritor se encontra no início, pois a grande maioria dos escritores famosos tem acima de dez livros publicados. Eu tenho quatro romances já publicados e estou na expectativa do lançamento, pela Editora Baraúna, do quinto romance intitulado “Viking”.
No momento estou escrevendo o sexto romance que deverá ter o título de “O Despertar de uma Cidade”. E já tenho pronta a sinopse de um sétimo livro.
O meu maior intento é, um dia, escrever uma obra descrevendo meus métodos para escrever romances. Mas acho que isso só será justificável quando eu tiver um bom número de obras publicadas.
11- A Arte de capa de seu livro foi sua ideia ou teve a sua colaboração? Aproveitando a pergunta, além do texto, quais foram as suas contribuições para a edição de seu livro?
Desenvolver uma capa é uma obra de arte. E eu não gosto de interferir no trabalho de um artista. Entretanto, a maioria dos profissionais dessa área não tem tempo suficiente para ler o livro e a partir de então idealizar o motivo da capa. Então, eu costumo dar ao designer algumas ideias com base no texto que, forçosamente, eu conheço com mais profundidade. A partir das opções recebidas do capista, eu escolho a que mais me agrada.
Quanto à edição do livro, antes de enviar o texto à editora, eu contrato um crítico literário para analisar a obra. Com base nessa crítica, eu faço alguns ajustes, quando necessários.
Com respeito à revisão gramatical, eu costumo manter contato com o revisor/revisora para eliminar eventuais dúvidas.
12- Quanto tempo levou para escrever seu livro? Há pessoas que certamente revisaram. Qual o papel delas no projeto do livro, ou seja, quanto elas contribuíram efetivamente para a construção do livro até o momento da publicação?
Meu tempo médio para escrever um romance é de um ano. É claro que esse tempo inclui, não somente escrever, mas principalmente fazer pesquisas.
Como informei na questão anterior, sempre submeto o texto a um crítico literário.
Na editora, é importantíssimo o trabalho de diagramação, revisão e copydesk.
Finalmente, é também de grande importância o trabalho da gráfica para a qualidade final do livro.
Nota
Agradeço à Ana Carolina pela oportunidade de, através desta entrevista, poder falar aos seguidores do Blog Seis Milênios.
Daniel de Carvalho
www.danieldecarvalho.ato.br
Muito obrigada, Daniel, por nos enriquecer com suas palavras! E desculpe a demora para postar a entrevista!
Oi!!
ResponderExcluirNão conhecia o autor, mas achei super legal a entrevista.
Ele é casado com a mesma pessoa há 50 anos!! *-*
Espero chegar lá um dia...
Beijos