RESENHA: Jane Eyre - Charlotte Brontë (DL 2012)

Jane Eyre
Autora: Charlotte Brontë
ISBN:  9780194230889
Páginas: 128
Editora: Oxford
Ano: 2002
Sinopse:  Jane Eyre é uma menina órfã que vive com sua tia, a sra. Reed, e seus primos, que sempre a maltratam. Até que, cansada do convívio forçado com a sobrinha de seu falecido esposo, a mulher envia Jane a um colégio para moças, onde ela cresce e se torna professora. Com o tempo, cresce nela a vontade de expandir seus horizontes. Ela põe um anúncio no jornal em busca de trabalho como governanta. O anúncio é respondido pela senhora Fairfax, e Jane parte do colégio para trabalhar em Thornfield Hall. Lá, ela conhece seu patrão, o sr. Rochester, um homem brusco e sombrio, por quem se apaixona. Mas um grande segredo do passado se interpõe entre eles.


Enredo
• Espaço: O livro possui elementos da literatura gótica como passagens em castelos, embora a autora não possa ser enquadrada nesta categoria. Tais elementos da literatura acima descrita são fundamentais para criar ambientes misteriosos e com uma energia mais pesada.
• Tempo: O tempo é passível de determinação como é comum nas literaturas antigas, mas, sobretudo, é inferido pelas vestimentas, costumes e arquitetura de época.
• Personagens: Estas possuem uma complexidade alta pela temática que o enredo aborda, sendo um capítulo à parte na história. Em especial Jane, com suas ideias e dificuldades na adolescência e vida adulta.
• Andamento do enredo: O enredo não possui grandes momentos de ação, mas, do modo como cativa o leitor, acaba por possuir um ritmo mais acelerado devido às expectativas que alimenta.
•  Criatividade: Considerando a época da escrita (não da edição), pode-se considerar um enredo bem criativo, com alguns elementos comuns à época mas indo além.
• Início, meio e fim: O início introduz o leitor na vida de Jane Eyre, órfã de pai e mãe que vive com a tia que não gosta dela. Depois de ser enviada a uma escola, Jane finalmente conhece a felicidade (são momentos de leve intensidade, sem dúvida muito bonitos). Após terminar os estudos, Jane decide trabalhar como preceptora (uma espécie de professora particular) de Adèle, protegida de Edward Rochester. Aqui, Charlotte Brontë explora emancipação da mulher e de sua alma, provando que as mulheres são capazes de tirar o próprio sustento de um emprego, independente de marido. Quando conhece Rochester, eles se apaixonam e logo ficam noivos, mas Jane descobre que ele já é casado. A partir deste momento (metade-final do livro), a autora explora a dignidade e escolha de uma mulher. O enredo não deixa a desejar absolutamente em quaisquer aspecto, tendo características de um feminismo primitivo ou pré-feminismo.

Estrutura "Artística"
• Capa: Um tanto simplória demais. Poderia possuir um pouco mais de capricho nas letras que a compõem.
• Diagramação: Perfeitamente organizada.
• Fontes: De tamanho bom, não cansam em demasia o leitor.
• Sinopse: Razoável, apesar de se focar em alguns aspectos e deixar outros de lado.
• Enredo: há um visível planejamento do andamento do enredo. A simbologia que a autora usa é praticamente palpável, demonstrando zelo e paciência na construção do mesmo.

Estrutura Física (Materiais)
• Capa: Material resistente, embora sujeito a vincos.
• Páginas: De cor amarelada, reduzem a intensiva reflexão de luz, auxiliando o leitor a prolongar seu tempo de leitura.

Análise
Enredo (x2): 4,92 (ótimo)
• Espaço (x2): 5 (ótimo)
• Tempo (x2): 5 (ótimo)
• Personagens (x2): 5 (ótimo)
• Criatividade (x1): 4 (muito boa)
• Andamento do enredo (x2): 5 (ótimo)
• Início, meio e fim (x3): 5 (ótimo)

Estrutura Artística (x1): 3.22
• Capa (x1): 3 (boa)
• Diagramação (x1): 5 (ótima)
• Fontes (x2): 5 (ótimas)
• Sinopse (x2): 3 (boa)
• Enredo (x3): 5 (ótimo)

Estrutura física: 5
• Capa (x1): 5 (ótima)
• Páginas (x2): 5 (ótimas)

Nota final: [2.(4,92) + 3,22.1 + 5.1]/4= 4,515


Gostei da obra?
Sempre fui doida para ler Jane Eyre, principalmente depois de ter me decepcionado em demasia com a irmã Emily. E não me frustrei! Uma das irmãs realmente salva. Ainda não li a Anne, mas logo, logo o farei! A narrativa da Brontë Charlotte é incrível, muito parecida com Jane Austen em alguns aspectos (e aquela vai me matar, porque ela não concordaria), mas um pouco mais avançada no contexto de sua época. Livro maravilhoso! Recomendadíssimo. 

A Autora
Filha de um pastor irlandês, Charlotte Brontë e as irmãs, Emily e Anne, partilham a infância entre o sinistro presbitério de Haworth, de onde só avistavam o cemitério e uns terrenos baldios e uma pensão para eclesiásticos pobres, onde as duas irmãs mais novas viriam a morrer. Depois de um ano em Bruxelas, as irmãs Brontë tentaram fundar uma escola, mas não encontraram alunos devido à conduta escandalosa do irmão. Decidiram-se então pela escrita como forma de sobrevivência. Charlotte Brontë publicou em 1847, com o pseudónimo de Currer Bell, Jane Eyre, o seu maior e mais duradoiro sucesso, Shirley (1849) e Villette (1853).


Esta resenha faz parte do mês de Fevereiro no Desafio Literário 2012.




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7 comentários:

  1. Eu amo Jane Eyre, li o livro e já assisti algumas adaptações para a TV (mini-série da BBC, minha favorita) e para o cinema e sempre me apaixono de novo pela história.
    Essa capa realmente não é muito bonita, concordo com você, gosto mais da capa da Landmark.
    Também quero ler Anne Brönte logo, já assisti uma mini série baseada em um livro dela e gostei então acho que vou gostar do livro.

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  2. rudynalvacorreiasoares23 de março de 2012 às 18:21

    Ana!
    Ando bem defasada na leitura dos clássicos.
    Não li nenhum livro da autora ainda, um pecado mortal.
    As irmãs Brontë são exímias escritoras, falo porque da Emuly já li dois livros e imagino que a criatividade e destreza na escrita, seja dna familiar.



    E o final de semana está próximo, descanse e tenha amor em
    seu coração.


    Luz e paz!


    Cheirinhos         


    Rudy


    http://rudynalva-alegriadevivereamaroquebom.blogspot.com/

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  3. Puxa, eu sempre fiquei curioso para ler Jane Eyre, desde que Florence, de A menina que não sabia ler, falou desse livro. Não fazia ideia do que se tratava, nem de porque Florence gostou, mas sempre quis ler. Haha, pelo jeito não investi meus desejos em algo ruim. Isso me deixa feliz!!

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  4. Já li muitos elogios a autora, mas ainda não peguei nada dela pra ler....quem sabe uma hora eu leia algo e forme a minha opinião. Mas ja adianto que deve ser bom mesmo para sua nota ter sido máxima...\o/...beijokas elis

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  5. Nunca tinha lido ou ouvido falar desse livro, mas eu gostei muito da sinopse e resenha (não da capa, porque eu acho que poderiam ter melhorado ela um pouco, né?), então...

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  6. Sou fã da Emily Brontë, da única história que ela teve oportunidade de escrever. Macabro ou não, cruel ou não, é um livro inesquecível e que mexeu com minhas emoções. Jane Eyre terá que ser muito mais do que sensacional para assumir a mesma posição que O Morro dos Ventos Uivantes.rsrs... Para ser uma das minhas histórias favoritas. Até agora, na minha opinião, a Emily foi a irmã mais corajosa, pois arriscou escrever uma história diferente, que tinha tudo para não ser aceita. Ela escreveu simplesmente o que queria escrever, sem se importar com a opinião dos outros. Eu gosto muito disso. Ela escreveu para si própria.


    Adorei sua resenha e ela realmente deixa a gente com vontade de conhecer esse livro. Vamos ver se vou gostar dele.rsrs...


    Bjs!

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  7. Nossa, eu sou simplesmente apaixonada por Jane Eyre, Ana Carolina! Gosto muito da obra da Jane Austen, mas para mim a Charlotte e a Emily são as divas da época, pois enquanto a Austen retratou a época, as duas Bronte (ainda não li a Anne =/ ) fugiram dos padrões, a Emily com a história um tanto pesada de Catherine e Heathcliff e a Charlotte com o conflito moral que a Jane Eyre enfrenta. Enfim, amo tanto Jane Eyre que já até decorei alguns trechos rs.

    Beijos!

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