RESENHA: Confissões de Um Turista Profissional - Kiko Nogueira

Confissões de Um Turista Profissional
Autor: Kiko Nogueira
ISBN: 978-85-63219-43-5
Páginas: 94
Editora: Novo Conceito
Revisão: Maria Dolores D. Sierra Mata
               Márcio Fabiano Monteiro
Ano: 2011
Palavras-chave: Crônicas, Turismo, Turistas, Viagens.
Sinopse: Quem gosta de viajar, e viaja mesmo (isto é, não faz turismo pra inglês ver), sente uma vontade danada de falar a verdade sobre os lugares que visitou.
Coisas como: vale a pena todo aquele trabalho no Louvre para não ver a Monalisa? Existe algum lugar mais insalubre do que uma barraca de praia no Nordeste? Ou ainda: por que o Brasil precisa de mais uma obra de Oscar Niemeyer, o veterano arquiteto que deixa um rastro de concreto aonde quer que vá?
Mas falar essas coisas é, no mínimo, tornar-se um chato. Pois Jota Pinto Fernandes, alter ego de Kiko Nogueira, é o chato que vive em cada viajante.
Corajoso e desbocado o suficiente para dizer o que as agências e seu amigo que acabou de chegar de Nova York nunca falarão.
Escrito pelo ex-diretor da revista Viagem e Turismo e do Guia Quatro Rodas, da Editora Abril, Confissões de um Turista Profissional é uma leitura para quem quer olhar as lindas fotinhos no celular, na volta daquele pacote inesquecível, e pensar: “E não é que era isso mesmo...?”

Introdução 
"Confissões de Um Turista Profissional" é um livro de crônicas do colunista de viagens e jornalista Kiko Nogueira, narrando de forma leve e cheia de opinião suas aventuras pela visão de seu alter ego, Jota Pinto Fernandes. Como tal, descrições espaciais, tempo e personagens têm importância muito reduzida e não serão levados em conta na análise (não alteram de modo algum a qualidade da leitura). O aspecto principal é o enredo, principalmente o modo como foi escrito. Os critérios abaixo são uma base para a avaliação:
- Linguagem informal e simples;
- Toque de humor (leve ou nitido);
- Opinião do autor;
- Relação com o tema;
- Temas cotidianos.

Enredo
O livro conta com crônicas de em média três páginas (é um tanto maior que 1/4 de A4) que tratam de temas comuns às viagens. Além de trabalhar com humor, uma pitada de sarcasmo, o autor também tece críticas aos reclames e às situações mais comuns de turistas e mochileiros, tais como a economia na compra de um serviço e a qualidade ruim do mesmo; a "discriminação" dos viajantes por serem da classe econômica, fumantes, etc... Através de um olhar aparentemente voltado apenas para as viagens, Jota Pinto também analisa os tempos atuais em termos de economia, política e sociedade mundiais. Outro fato deste livro é que ele, por trás de todos os aspectos acima, realmente orienta. Com uma bagagem e tanto, desmente clichês e dá dicas para aqueles que querem fugir de lugares-comuns ou de decepções. A linguagem é direta e reta, sem rodeios. Como diria Fernando Sabino "Algo para ser lido enquanto se toma o café da manhã". A crônica deve dialogar diretamente com seu interlocutor e deve ser algo rotineiro, do cotidiano. Algumas crônicas, porém, estão um pouco desviadas de seu propósito, contendo apenas dicas, sem humor, sem contexto. Em outras, o autor até mesmo se contradiz. Muitos blocos de crônicas acabam formando um ciclo que pode cansar o leitor por tratarem exaustivamente, de vários ângulos, o mesmo tema.
Em aspectos ortográficos, há alguns erros de colocação de vírgulas, nada alarmante, mas perceptível.


Estrutura "Artística"
• Capa: Desenho colorido e com um toque de humor é completamente condizente com a proposta do livro. A cor laranja alternada em tons mais claros e escuros, formando uma espiral em volta do desenho, chama a atenção do leitor e destaca a capa.
• Diagramação: Diagramação praticamente fixa durante todo o enredo. A altura do início de cada capítulo não está padronizada. Exceto isto, margens esquerda, direita e inferior estão em conformidade durante o enredo.
• Fontes: De tamanho bom, diferenciada entre título, lides, iniciais do texto e o próprio texto demonstram boa estética e organização.
• Sinopses: neste caso, a sinopse é perfeita ao mostrar a grande variedade dos temas, já que não se trata de uma história só. São várias historietas, repletas de fatos do cotidiano (como demonstra a última linha). Excelente!
• Desenhos: cada início de capítulo conta com um desenho representativo do tema, como uma camiseta florida (turistas), a expressão I ♥ NY (representando esta cidade), todo em preto e branco. Serve para dar um toque de capricho, informalidade e humor à leitura.

Estrutura Física (Materiais)
• Capa: Material flexível, com pouco risco de rasgos e amassados. Pode se sujar um pouquinho, mas a limpeza também é fácil.
• Páginas: Cor amarelada diminui a reflexão da luz e, portanto, não cansa em demasia o leitor. Material agradável ao toque, de cheiro agradável e de resistência média aos imprevistos do dia-a-dia.

Recomendações
A todos os públicos. Trata-se de uma leitura agradável, sem grandes tensões, boa para quem viajará, está viajando ou já viajou... Ou até mesmo para quem nem pretende! Em cada crônica há a oportunidade de conhecer um povo, um país, um costume! Com muito humor e perícia. Pode até encorajar a viagem!

Análise
Enredo: 3,5 (arredonda-se para 3 - bom)
• Linguagem informal e simples: 4 (muito boa);
• Toque de humor (leve ou nitido): 4 (muito bom);
• Opinião do autor: 2 (regular);
• Relação com o tema: 5 (ótimo);
• Temas cotidianos: 4 (muito bom);
• Junção de todos os aspectos acima nas crônicas: 3 (bom);
• Aspectos ortográficos: 3 (bons);
Estrutura Artística: 4,50 (arredonda-se para 4 - muito boa)
 • Capa: 5 (ótima);
 • Diagramação: 3 (boa)
 • Fontes: 5 (ótimas)
 • Sinopse:5 (ótima);
Estrutura física: 5 (ótima).
 • Capa: 5 (ótima)
 • Páginas: 5 (ótima)

Nota final: 4




Gostei da obra?
Foi um livro razoavelmente divertido de ler. Em algumas crônicas, como disse acima, não consegui sentir o humor, a crítica que são tão peculiares ao gênero, apenas pude perceber uma dica e só. Mas não são em todas! Umas são bem carregadas de opinião, outras prezam pelo humor. Só há algo que eu mudaria: diversificaria mais os temas. Há alguns blocos de crônicas em que o autor fica na mesma, muitas vezes se contradizendo. Não é algo que estrague o livro todo, mas que pode cansar em certos momentos, o que é contrário ao propósito de uma boa crônica. Mas, em suma, gostei!

Obrigada à Editora Novo Conceito pelo exemplar.



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2 comentários:

  1. Que bom que você gostou do livro, Ana! Quer muito ler!
    Já pensei em cursar turismo, quero fazer intercâmbio e viajar muito. Provavelmente eu vou gostar bastante do livro. <3
    Beijos.

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  2. Ana!
    Tenho livro aqui mas ainda não consegui ler... uma pena, mas depois de sua resenha bem descritiva, ficquei curiosa e como ele é fininho, acho que vou fazer com que fure a fila...kkkk
    Cheirinhos
    Rudy
    http://rudynalva-alegriadevivereamaroquebom.blogspot.com/

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