RESENHA: O Hipnotista - Lars Kepler
O Hipnotista
Título Original: Hypnotisören
"Autor": Lars Kepler
Editora: Intrinseca
Ano: 2011
Número de páginas: 480
Edição: 1ª
ISBN: 978-85-8057-091-5
Palavras-chave: Literatura Estrangeira, Século XXI
Tradutor: Alexandre Martins
Revisão: Fátima Amendoeira Maciel
Bruno Fiuza
Skoob
Sinopse:
O massacre de uma família nos arredores de Estocolmo abala a polícia sueca. Os homicídios chamam a atenção do detetive Joona Linna, que exige investigar os assassinatos. O criminoso ainda está foragido, e há somente uma testemunha: o filho de 15 anos, que sobreviveu ao ataque. Quem cometeu os crimes o queria morto: ele recebeu mais de cem facadas e está em estado de choque. Desesperado por informações, Linna só vê uma saída: hipnose. Ele convence o Dr. Erik Maria Bark – especialista em pacientes psicologicamente traumatizados – a hipnotizar o garoto, na esperança de descobrir o assassino através das memórias da vítima. É o tipo de trabalho que Bark jurara nunca mais fazer: eticamente questionável e psicologicamente danoso. Quando ele quebra a promessa e hipnotiza o garoto, uma longa e aterrorizante sequência de acontecimentos tem início.
Espaço
Estrutura física
Diagramação perfeita, boas letras e tamanhos, material de capa excelente que não permite com facilidade vincos e rasgos. Não há erros de digitação ou de gramática. Cheiro não perfumado, mas que não agride o olfato do leitor; cor das páginas quebra a reflexão de luminosidade excessiva e reduz o potencial cansaço visual.
Gostou da obra?
Apesar de alguns pormenores acima citados, gostei bastante. Envolvi-me com o enredo, com as personagens principalmente (em especial Linna e Bark). Aos poucos fui entendo os porquês de tudo e me regojizando com a descoberta de cada fato importante. Em suma, é uma leitura muito boa!
Avaliação
- Enredo (original, com média variação de intensidade apesar de frio, curioso): 4 (muito bom)
- Capa e sinopse (esquema de cores e conformidade excelentes, porém não prepara o leitor para o enredo): 4 (muito bons)
- Estrutura Física (bom material de capa e letras.): 5 (ótima)
- Espaço (caracterização lenta e cansativa em certas partes): 3 (bom)
- Tempo (sem grande importância): 3 (bom)
- Personagens (complexidade, excelente entendimento das mesmas): 5 (ótimas)
- Fluxo narrativo (média variação): 4 (muito bom)
- Aspectos linguísticos (não há inconformidades): 5 (ótimos)
Nota: 4,1
Recomendações
A todos que queiram saber um pouco mais sobre hipnose, que gostem de enredos policiais e psicológicos, que tenham interesse por enredos frios e objetivos, ao mesmo tempo subjetivos.
Lars Kepler é um pseudônimo usado pelo casal de escritores suecos Alexander Ahndoril e Alexandra Coelho Ahndoril. Ambos os autores com livros publicados anteriormente, juntos eles têm escrito dois romances policiais, ambos relativos à investigação do detetive Joona Linna.
Alexander Ahndoril nasceu em Estocolmo, em 1967. Dramaturgo e romancista, publicou o seu primeiro romance, The Director, em 1989 e é considerado um dos jovens escritores de referência na nova literatura sueca. A sua obra conta já com oito romances e quinze peças de teatro.
Alexandra Coelho Ahndoril nasceu em 1966. Filha de mãe portuguesa, cresceu em Helsingborg e vive em Estocolmo. Divide o seu tempo entre a escrita, a crítica literária e uma tese sobre Fernando Pessoa. Com o primeiro romance, Castle of Stars, publicado em 2003, obteve o Catapult Prize 2003 para a melhor obra de estreia, conquistando a admiração de milhares de leitores na Suécia. Entretanto, publicou já mais dois romances.
Obrigada à Editora Intrínseca pelo exemplar.
Título Original: Hypnotisören
"Autor": Lars Kepler
Editora: Intrinseca
Ano: 2011
Número de páginas: 480
Edição: 1ª
ISBN: 978-85-8057-091-5
Palavras-chave: Literatura Estrangeira, Século XXI
Tradutor: Alexandre Martins
Revisão: Fátima Amendoeira Maciel
Bruno Fiuza
Skoob
Sinopse:
O massacre de uma família nos arredores de Estocolmo abala a polícia sueca. Os homicídios chamam a atenção do detetive Joona Linna, que exige investigar os assassinatos. O criminoso ainda está foragido, e há somente uma testemunha: o filho de 15 anos, que sobreviveu ao ataque. Quem cometeu os crimes o queria morto: ele recebeu mais de cem facadas e está em estado de choque. Desesperado por informações, Linna só vê uma saída: hipnose. Ele convence o Dr. Erik Maria Bark – especialista em pacientes psicologicamente traumatizados – a hipnotizar o garoto, na esperança de descobrir o assassino através das memórias da vítima. É o tipo de trabalho que Bark jurara nunca mais fazer: eticamente questionável e psicologicamente danoso. Quando ele quebra a promessa e hipnotiza o garoto, uma longa e aterrorizante sequência de acontecimentos tem início.
Espaço
Alterna-se entre o hospital e alguns lares.
• Caracterização: É fria e feita de bom modo; entretanto, em alguns momentos, é exagerada. Os autores, ao tentarem aumentar o suspense por uma caracterização maior e mais lenta, acabaram por tornar o livro cansativo em algumas partes.
Tempo
Este século.
• Caracterização: Não é um aspecto importante; na verdade, é apenas deduzido em poucas partes com alguma tecnologia como o celular. Poderia até mesmo se passar nos anos 80 se não fosse este adendo.
Personagens
Uma dualidade fantástica no aspecto das personagens. As personagens são descritas de forma fria e impessoal; entretanto, não há comprometimento com a lógica quanto ao que aflige cada personagem, o que caracterizaria uma descrição subjetiva. O que possibilita isto é o objetivo de aumentar o suspense e atiçar o leitor com uma descrição mais lenta (bem mais lenta), semelhante ao que acontece na descrição espacial. As personagens são muito complexas e bem ambientadas de acordo com suas personalidades e o que as cercam.
Coerência entre espaço, tempo e personagens
Coerentes, sem dúvida. Há uma linha que liga espaço e personagens, passando pelo tempo, mas é tênue. Se tal linha fosse interrompida, provavelmente não alteraria significativamente o enredo, somente o faria mais sucinto na linha espacial, considerando-se o enfoque principal as personagens.
Enredo
Enredo interessantíssimo. Há uma dualidade muito clara que já foi explicitada no quesito personagens e que se repete aqui. É frio e objetivo, lento, mas ao mesmo tempo possui profundidade psicológica no que abrange as personagens, sem qualquer compromisso com a lógica das reações e ações das mesmas (o que não é, absolutamente, ruim). Também tem um compromisso em aumentar a curiosidade do leitor e levá-lo cada vez mais para dentro do enredo. É uma boa trama, mas a presença de dois autores pode ter tirado um pouco do tempero da mesma, já que em alguns momentos é perceptível a diferença entre o início da história e aquela parte em questão, sem contar na falta de elaboração concisa e firme de certas passagens, como a Hipnose em si. A escolha das palavras na descrição da prática da hipnose, por exemplo, é totalmente prejudicada pelo caráter frio do enredo. A sequência de flash-backs, ainda, pode deixar o leitor muito confuso. Há partes em que o leitor precisa de alguns minutos de leitura para se situar, o que pode ser bastante cansativo. Sintetizando: há partes que não se completam ou simplesmente se ignoram no enredo, o que forma "buracos" no mesmo.
Capa e Sinopse
Uma capa muito bonita, com boa estrutura de cores, coerente com o título e proposta da história. A sinopse cumpre bem o seu papel: atiça a curiosidade do leitor sem entregar muito; entretanto, ela não mostra o caráter frio do enredo, o que pode fazer o leitor estranhar as primeiras páginas.
• Caracterização: É fria e feita de bom modo; entretanto, em alguns momentos, é exagerada. Os autores, ao tentarem aumentar o suspense por uma caracterização maior e mais lenta, acabaram por tornar o livro cansativo em algumas partes.
Tempo
Este século.
• Caracterização: Não é um aspecto importante; na verdade, é apenas deduzido em poucas partes com alguma tecnologia como o celular. Poderia até mesmo se passar nos anos 80 se não fosse este adendo.
Personagens
Uma dualidade fantástica no aspecto das personagens. As personagens são descritas de forma fria e impessoal; entretanto, não há comprometimento com a lógica quanto ao que aflige cada personagem, o que caracterizaria uma descrição subjetiva. O que possibilita isto é o objetivo de aumentar o suspense e atiçar o leitor com uma descrição mais lenta (bem mais lenta), semelhante ao que acontece na descrição espacial. As personagens são muito complexas e bem ambientadas de acordo com suas personalidades e o que as cercam.
Coerência entre espaço, tempo e personagens
Coerentes, sem dúvida. Há uma linha que liga espaço e personagens, passando pelo tempo, mas é tênue. Se tal linha fosse interrompida, provavelmente não alteraria significativamente o enredo, somente o faria mais sucinto na linha espacial, considerando-se o enfoque principal as personagens.
Enredo
Enredo interessantíssimo. Há uma dualidade muito clara que já foi explicitada no quesito personagens e que se repete aqui. É frio e objetivo, lento, mas ao mesmo tempo possui profundidade psicológica no que abrange as personagens, sem qualquer compromisso com a lógica das reações e ações das mesmas (o que não é, absolutamente, ruim). Também tem um compromisso em aumentar a curiosidade do leitor e levá-lo cada vez mais para dentro do enredo. É uma boa trama, mas a presença de dois autores pode ter tirado um pouco do tempero da mesma, já que em alguns momentos é perceptível a diferença entre o início da história e aquela parte em questão, sem contar na falta de elaboração concisa e firme de certas passagens, como a Hipnose em si. A escolha das palavras na descrição da prática da hipnose, por exemplo, é totalmente prejudicada pelo caráter frio do enredo. A sequência de flash-backs, ainda, pode deixar o leitor muito confuso. Há partes em que o leitor precisa de alguns minutos de leitura para se situar, o que pode ser bastante cansativo. Sintetizando: há partes que não se completam ou simplesmente se ignoram no enredo, o que forma "buracos" no mesmo.
Capa e Sinopse
Uma capa muito bonita, com boa estrutura de cores, coerente com o título e proposta da história. A sinopse cumpre bem o seu papel: atiça a curiosidade do leitor sem entregar muito; entretanto, ela não mostra o caráter frio do enredo, o que pode fazer o leitor estranhar as primeiras páginas.
Estrutura física
Diagramação perfeita, boas letras e tamanhos, material de capa excelente que não permite com facilidade vincos e rasgos. Não há erros de digitação ou de gramática. Cheiro não perfumado, mas que não agride o olfato do leitor; cor das páginas quebra a reflexão de luminosidade excessiva e reduz o potencial cansaço visual.
Gostou da obra?
Apesar de alguns pormenores acima citados, gostei bastante. Envolvi-me com o enredo, com as personagens principalmente (em especial Linna e Bark). Aos poucos fui entendo os porquês de tudo e me regojizando com a descoberta de cada fato importante. Em suma, é uma leitura muito boa!
Avaliação
- Enredo (original, com média variação de intensidade apesar de frio, curioso): 4 (muito bom)
- Capa e sinopse (esquema de cores e conformidade excelentes, porém não prepara o leitor para o enredo): 4 (muito bons)
- Estrutura Física (bom material de capa e letras.): 5 (ótima)
- Espaço (caracterização lenta e cansativa em certas partes): 3 (bom)
- Tempo (sem grande importância): 3 (bom)
- Personagens (complexidade, excelente entendimento das mesmas): 5 (ótimas)
- Fluxo narrativo (média variação): 4 (muito bom)
- Aspectos linguísticos (não há inconformidades): 5 (ótimos)
Nota: 4,1
Recomendações
A todos que queiram saber um pouco mais sobre hipnose, que gostem de enredos policiais e psicológicos, que tenham interesse por enredos frios e objetivos, ao mesmo tempo subjetivos.
Alexander Ahndoril nasceu em Estocolmo, em 1967. Dramaturgo e romancista, publicou o seu primeiro romance, The Director, em 1989 e é considerado um dos jovens escritores de referência na nova literatura sueca. A sua obra conta já com oito romances e quinze peças de teatro.
Alexandra Coelho Ahndoril nasceu em 1966. Filha de mãe portuguesa, cresceu em Helsingborg e vive em Estocolmo. Divide o seu tempo entre a escrita, a crítica literária e uma tese sobre Fernando Pessoa. Com o primeiro romance, Castle of Stars, publicado em 2003, obteve o Catapult Prize 2003 para a melhor obra de estreia, conquistando a admiração de milhares de leitores na Suécia. Entretanto, publicou já mais dois romances.
Olá!
ResponderExcluirGostei bastante da sua avaliação!
Tava louca pra ler uma resenha desse livro, já que estou louca para lê-lo!
Super organizada a sua avaliação!
Super Beijo*
http://luahmelo.blogspot.com
Boa dica.
ResponderExcluirVou procurar ler, não conhecia.
Abraços
Giovanna
Eu fiquei interessada nesse livro principalmente por tratar sobre a hipnose (acho esse assunto muito curioso). Porém, como você mesma ressaltou diversas vezes na resenha, às vezes a presença de dois autores em uma mesma obra pode deixar algumas "sequelas" na estrutura do livro.
ResponderExcluirNão tenho certeza se irei ler... talvez, se eu encontrar o livro com um bom desconto, é provável que eu compre, rsrs
Abraços,
http://leitorasanonimas.com
Ana!
ResponderExcluirSua resenha foi simplesmente emocionante e interessante, quero muito ler esse livro.
Parabéns!
cheirinhos
Rudy
http://rudynalva-alegriadevivereamaroquebom.blogspot.com/
Quando vi uma entrevista dos autores falando que se inspiraram no Stieg Larsson,as expectativas foram nas auturas. Então li umas duas resenhas e como vc citou parece ser um pouco lenta, apesar de ser uma história boa. Ainda continuo com muita vontade de ler este livro por o enrredo me agradar, e as resenhas serem positivas. Acho que a sua resenha foi a terceira desse livro que li, e acho que serviu muito porq estava esperando muito do livro. Enfim, ainda tô muito curioso pra ler esse livro.
ResponderExcluir@Luana Melo Que bom que gostou. Ela é feita com todo o capricho possível! Espero que leia sim, é bom!
ResponderExcluir@Giovanna Procure sim, é uma boa pedida!
ResponderExcluir@Leitoras Anônimas O assunto é muito chocante. Eu acho que eu gostei principalmente por causa disso. É, dois autores, por melhores e mais próximos que sejam, são muito perigosos para uma trama... Leia sim! ^^
ResponderExcluir@RUDYNALVA É mesmo?? Fiquei encantada, obrigada pelos elogios! ^^
ResponderExcluir@Davi Araújo Pois é, o livro tem algumas partes que são bem intrincadas mesmo, mas não é algo que possa fazer dele ruim, sim?? Leia sim!
ResponderExcluir