[RESENHA] O Jovem Sherlock Holmes: Nuvem da Morte - Andrew Lane

O Jovem Sherlock Holmes: Nuvem da Morte
Título Original: Death Cloud
Autor: Andrew Lane
Editora: Intríseca
ISBN: 978-85-8057-062-5
Ano: 2011
Edição:
Palavras-chave: Literatura Estrangeira
Tradução: Débora Isidoro
Revisão: Lucas Mello e Umberto Figueiredo
Ilustração de Capa: Kev Walker e Sam Hadley
Skoob

Sinopse: "Você acha que o conhece? Pense duas vezes."

Dois Cadáveres 
Um Herói Extraordinário
A Origem de Uma Lenda

Sherlock Holmes tem apenas catorze anos quando, ao caminhar por um bosque, descobre um cadáver. Trata-se de um homem. Está coberto de pústulas. É então que Holmes começa uma nova vida.
Sua mente destemida e a sede de aventuras conduzem-no por uma jornada capaz de deixar qualquer um sem fôlego: da tranquilidade da vida no campo ao submundo das docas londrinas, enfrentando fogo, espionagem e sequestros, até o cerne de uma aterrorizante trama que poderá mudar o futuro da Grã-Bretanha.

Espaço
No geral, a Inglaterra. Passagens em Escola Deepdene para Meninos, Farnham (a maior parte), Londres e Cherbourg (França).

• Caracterização: é bem específica e fiel a cada região: o caráter sujo do Rio Tâmisa em Londres e a imponência da cidade, o aspecto rural de Farnham e de todos os elementos que a cidade abrange, as paisagens inglesas em contraste com as francesas. Dentro dos imóveis, a disposição dos cômodos é sempre a mesma, sem incoerências (referência ao Barão de Maupertuis).

Tempo
Inglaterra, século XIX, adolescência de Sherlock Holmes.

• Caracterização: Tudo ao redor "transborda" referências ao tempo: os móveis, as vestimentas, os meios de transporte e de comunicação da época, a menção à política neocolonialista.

Personagens
Por se tratar de uma aventura infanto-juvenil, as personagens não são tão aprofundadas nos aspectos psíquicos, embora cada uma possua um traço muito marcante de sua personalidade; traço este que, ao longo da história, determinará seu destino e sua importância no desfecho da aventura.

Coerência entre espaço, tempo e personagens
É uma costura muito interessante: os três se complementam como um quebra-cabeças, os encaixes são perfeitos. Por exemplo, a personalidade de Virgínia e que impressões isto figurava na sociedade daquela época (muito bem caracterizada pelo tempo e espaço em que estava inserida).

Enredo
É narrado em 3ª pessoa. O enredo segue uma sequência lógica até o fim, pouco saindo da perspectiva da personagem principal, Sherlock (exceto no prólogo).
O Prólogo poderia ter sido melhor aproveitado. A importância que este tem para a aproximação de leitor e história é imprescindível; pela proposta do livro, é um tanto fraco.
O enredo em si traz muitas alternâncias entre entre picos de tensão e momentos de calmaria. Por se tratar da "primeira" aventura da personagem, é compreensível que seus dons estejam brutos e quase inexplorados, mas era de se esperar um pouco mais de "genialidade" por parte da mesma. O mistério foi bem construído, é simples e de fácil entendimento por parte do leitor.
As personagens deste livro têm um pouco das personagens de Doyle; é possível que um leitor desavisado consiga confundir Virginia Crowe com Irene Adler; ou até mesmo Matt com Watson, uma questão de perspectiva: alguns aspectos da personalidade destes poderiam ser mais enfatizados a fim de evitar este tipo de confusão.
Conteúdo
Sherlock Holmes é um adolescente cuja vida se limita aos períodos na Escola Deepdene para Meninos e as férias com a família. Toda esta estrutura muda quando seu irmão, Mycroft, o encaminha à casa dos tios, nas proximidades de Farnham, já que sua mãe está doente e seu pai está na Índia. As tardes de Sherlock se tornam entediadas pelo fato de seu tio mal prestar atenção nele, sua tia passar o dia num monólogo interminável e a governanta da casa, Sra. Eglantine, reprová-lo em qualquer atitude, até que conhece Matthew Arnatt, um garoto que pensa ter testemunhado uma nuvem que se movia por sua própria vontade fazer mal a alguém. É atrás da "Nuvem da Morte" que Sherlock, Matt, Amyus Crowe (contratado para ser seu tutor) e Virgina Crowe se descobrem em meio a uma conspiração que poderá derrubar o grande Império Britânico.

Capa
As letras são muito bonitas e os espaços, bem aproveitados. A figura chama a atenção, mas de fato não tem muita relação com o enredo; serve mais como atrativo à leitura.

Outra Capa:
Sinopse
É forte já na primeira frase. Por ser curta e dividida em blocos de intensidade, atrai a curiosidade e vontade do leitor, aliada à menção à fama da personagem original de Conan Doyle. Bem planejada.

Estrutura física
A parte gramatical foi totalmente respeitada na tradução. A letra e a diagramação do livro são boas. A capa e as páginas são macias e de fácil manuseio.

Gostou da obra?
Sou fã de Sherlock Holmes e isto foi um aditivo quando comecei a ler. No começo, a leitura me pareceu lenta justamente por ter de "conhecer" os aspectos infanto-juvenis de personagem tão querida; mas a partir do momento em que o mistério vai sendo observado e desenrolado, a história ganha uma aceleração constante, de forma que é possível lê-la sem desejar parar. Exceto no final do capítulo treze, em que a junção de tantos altos e baixos pode cansar o leitor, como aconteceu comigo. Após algum tempo sem ler, fui recompensada: a história volta com intensidade semelhante e o final é interessante. Em suma: gostei - não como gosto do original, mas ainda assim gostei.

Avaliação
- Enredo: 8
- Capa: 8
- Caracterização das personagens e entrosamento entre as mesmas: 8
- Caracterização do tempo e espaço e coerência entre os mesmos: 9
- Aspectos gramaticais: 10
- Sinopse: 8
- Estrutura física: 10

Nota: 8,7


Recomendações
A todos os fãs de Sherlock Holmes, ao público alvo (os jovens). Em suma: a todos!

O Autor
Andrew Lane atuou por anos como redator de imprensa especializado em televisão e é autor de vários romances ambientados no universo de conhecidas séries da rede BBC inglesa, como Doctor Who, Torchwood e Randall and Hopkirk (Deceased), além de obras de não ficcção dedicadas a filmes e personagens famosos como James Bond. Vive em Dorset, no sul da Inglaterra, com a mulher e o filho, em meio a uma vasta coleção de livros sobre Sherlock Holmes acumulada ao longo de vinte anos - o que, agora ele afirma, foi uma despesa mais que justificada.




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11 comentários:

  1. Parabéns pelo blog! Muito manero :D

    S.Rïver
    http://saimonrio.blogspot.com

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  2. teu estilo de resenhar é praticamente uma crítica literária! sou tua fã! beijos

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  3. Oi Ana!

    O teu estilo de resenhar com certeza é único! Eu gosto muito!
    Com muita vergonha eu admito que nunca li nada sobre Sherlock Holms. Mas veja como o mundo é pequeno, eu ganhei hoje um exemplar de "Um Estudo em Vermelho", entro no blog e encontro sua resenha. Coincidência? Acho que não...

    B-jussssssssss! ♥

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  4. Oi! Nostalgia da época em que lia Conan Doyle! heheh

    Este autor ainda não li, mas se conta historias de Sherlock Holmes deve ser bom! Valeu a indicação, já está na fila para ser lido!

    Ah... sempre excelente teu blog hein guria! Parabéns!

    Bjks.
    Mara
    http://folheandolife.blogspot.com/

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  5. Ei Ana!

    Concordo com quem disse aí em cima que vc é uma crítica literária.
    Parabéns pelo texto!

    Não conheço nada de Sherlock Holmes =/
    Livro vai para lista!

    Bjins

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  6. Gostei muito do jeito que vc construiu a resenha: por tópicos. Nunca tinha visto e gostei bastante dessa estrutura. Parabéns! :)
    Aliás, a sua crítica do livro ficou bem completa. ^^
    Estou querendo muito esse livro.
    Adoro suspense e essa deve ser uma obra bem interessante.

    Beijos. *-*

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  7. Oi!

    Hum, sua resenha é bem diferente! Gostei da abordagem.

    Olha só, Holmes é um dos meus personagens preferidos. Comecei a ler Doyle com 10 anos, adoro as histórias dele. Bom, o fato desse personagem tão único aparecer como adolescente me assusta (sem tabaco, sem cocaína/morfina, sem Watson, sem Baker Street, sem o violino, sem a tropa, etc, etc, etc), mas, a curiosidade é maior!

    Bjos!

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  8. Muito bom o seu jeito de fazer uma resenha. Adorei!
    Bjus

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  9. Amo Sherlock Holmes!!!
    Não tem detetive melhor.
    Bjs, Gabi

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  10. De Sherlock Holmes só assiti o filme recente. Esse é o tipo de livro que gosto muito, com um misterio pra desvendar, aventura. Ainda bem que a história não é lenta, vai acelerando né. ainda bem mesmo porq odeio história arrastada. Essas letras da capa parecem ser bem bonita mesmo.

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  11. Tenho muita vontade de ler algum livro do Holmes, qualquer dia resolve e compro um.
    Bjos, Carol.

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