RESENHA: Dupla Falta - Lionel Shriver

Dupla Falta
Autora: Lionel Shriver
Editora: Intrínseca
ISBN: 9788580570557
Ano: 2011
Edição:
Tradução: Débora Landsberg
Revisão: Atila Santos
Palavras-chave: Literatura Estrangeira
Skoob

Sinopse: Mais que uma história de amor encenada no ambiente de alta-tensão do mundo do tênis profissional, Dupla Falta é um alerta sobre os limites da rivalidade e da paixão. Com a sagacidade que se tornou sua marca registrada, Lionel Shriver investiga o cenário perturbador do desequilíbrio de um casamento moderno. Tênis sempre foi a maior paixão de Willy Novinsky desde que ela pegou em uma raquete pela primeira vez, aos 5 anos. Até que conhece Eric Oberdorf: matemático recém-formado pela Universidade de Princeton, capaz de chamar atenção não só pela beleza, mas também pela habilidade em diversas atividades, como a atuação nas quadras e em torneios de menos destaque. Mesmo à sombra da antiga relação de confiança e dependência entre a esportista e seu treinador, Eric torna-se a nova paixão de Willy. Os dois se casam. Assim como a esposa, Eric batalha para alcançar o glamour do circuito internacional. Logo, a vida em comum, repleta de cumplicidade e desejo, dá lugar a uma competição cada vez mais acirrada por uma colocação em meio à elite do esporte, entre os chamados top 100. E o casamento tende a provar-se uma jogada com efeitos imprevisíveis no desempenho de Willy. À medida que seu rendimento decai, as habilidades do marido levam-no mais longe no ranking mundial. Narrado com o controle de ritmo e velocidade de um campeão de tênis em uma partida, Dupla Falta investiga os medos, as esperanças e as traições de uma relação amorosa. Lionel Shriver nos oferece uma visão magistral e provocante do jogo romântico de um homem e uma mulher que não conseguem sobreviver ao próprio egoísmo.

Espaço
O local principal da história é o EUA com foco nos ambientes do Tênis.

• Caracterização: A arquitetura de cada lugar auxilia na caracterização dos ambientes. Algumas vestimentas e hábitos das personagens também são interessantes na qualificação do espaço, embora com menor importância. Segue uma tendência mundial: menos é mais.

Tempo
No século XX.

• Caracterização: O tempo da história é bem sutil, dedutível apenas de algumas afirmações na ficha técnica e alguma alusão a isto durante o enredo; é uma narrativa, de certa forma, atemporal. Sendo escrita em 1997 ou 2011, a história serve para ambos os cenários (excetuando-se a particularidade de cada um).

Personagens
É interessante o modo como a autora trabalhou as personagens neste romance. Mais do que simples agentes (ou pacientes) da história, elas também possuem tramas complexas dentro de suas próprias personalidades, aumentando a ansiedade e os receios do leitor por suas relações.

• Caracterização: A caracterização das personagens neste livro, é importante ressaltar, não é linear ou contínua como comumente acontece; varia bastante com o estado das próprias personagens e seus ambientes.Um problema que se observa e que reduz o quão bem este modelo poderia funcionar é a forma artificial com que alguns conflitos (íntimos ou não) são contornados e/ou superados durante o enredo.

Coerência entre tempo, espaço e personagens
Este romance é uma costura muito boa entre enredo, tempo e personagens. O caráter atemporal da obra é reforçado pelo pouco foco em seus tempo e espaço e pela preferência no intimismo das personagens, do jogo entre as mesmas.

Narrador
Narrado em 3ª pessoa de forma ora onisciente, ora observador, reforça o caráter supracitado.

Estrutura
O título é muito ambíguo (e proposital), condizente com a capa, que é coerente com o enredo, embora pudesse ser melhor diagramada.

Vocabulário
O ritmo do enredo é enervante, ansioso. Em dados momentos, chega até a ser cansativo por esta "pressão" ser constante em todo o livro.

Avaliação
- Enredo: 6
- Capa: 7
- Caracterização das personagens e entrosamento entre as mesmas: 7,5
- Caracterização do tempo e espaço e coerência entre os mesmos: 8
- Aspectos gramaticais: 8

Nota final: 7,3


Gostou da obra?
Confesso que tive um pouco de dificuldade para ler, já que literaturas que trazem ansiedade e nervos à flor da pele não fazem o meu tipo. De modo geral, gostei muito da história, embora seja cansativa em alguns momentos.

Recomendações.
A todos que gostem de literatura estrangeira, intimista, cheia de emoções e conflitos.

A Autora
Lionel Shriver (cujo nome de nascimento é Margaret Ann Shriver) nasceu em 18 de Maio de 1957. É jornalista e escritora. Nasceu em Gastonia, Carolina do Norte, EUA, no seio de uma família extremamente religiosa, sendo o seu pai pastor Presbiteriano. Mudou o seu nome quando tinha 15 anos (de Margaret Ann para Lionel) porque gostava da forma como soava. Frequentou a Universidade de Columbia. Já viveu em Nairobi, Bangcoc e Belfast. Neste momento, divide o seu tempo entre Londres e Nova Iorque. Colabora com diversos jornais, entre outros, The Wall Street Journal, The Philadelphia Inquirer e The Economist. É casada com um músico de jazz.




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8 comentários:

  1. Esse é um dos poucos livros da Intrínseca que não me deu vontade de ler, e não vi notas muito boas par ele.

    Abraço,
    YASMIN
    http://funhousesa.blogspot.com

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  2. Oi Ana, tudo bem?

    Primeira resenha que leio desse livro, confesso que não é o tipo de livro que costumo ler, mas sua resenha me deixou curiosa, apesar de achar o contexto meio inusitado.

    Beijokas

    Pah, Livros & Fuxicos

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  3. Ainda não li nada do autor, mas parece o tipo de história que eu ia gostar!

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  4. Interessantíssimo! A curiosidade ta apertando pra ler esse livro! abraços.

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  5. Boa resenha! Vai para lista.
    Bjos, Carol.

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  6. E centrado num casamenrto e e meio lento. Dispenso.

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