Autora Parceira: Mare Soares + Entrevista


1- Poderia se apresentar aos leitores do blog?
Primeiramente eu gostaria de agradecer a oportunidade de entrevista no blog =)
Deixa eu ver, isso é tenso... Uhuaha Falar aleatoriamente sobre mim. xD Vejamos... Eu sou a Mare, autora do livro Chantilly. Tenho 19 anos, estou na crise dos 20 já que faço aniversário em Setembro e isso me desespera. Eu sou nascida, criada e vivida no Rio de Janeiro e particularmente gosto daqui. =P Tenho um vício não muito saudável que é assistir filmes compulsivamente e eu gosto de ser ruiva de farmácia. =P Acho que isso é sincero hahahaha

2- Quando você começou a pensar em escrever, e por quê?
Não sei pontuar. Eu escrevo desde que me entendo por gente, seja em diários, contos aleatórios, concursos ou blogs pessoais. Essa é a minha forma de me resolver com o mundo. Acho que essa é a resposta do porquê. XD

3- Além de escritora, você tem alguma outra atividade profissional?
Sou estudante do quinto período de Mídia na UFF. =]

4- Como foi o início da carreira? A família e os amigos apoiaram?
Gostaria de dizer que foi simples, mas, como tudo na vida, não foi. Felizmente sempre tive o apoio dos meus pais e vocês não imaginam o quanto isso contou. A cada capítulo novo que eu escrevi, imprimia e meu pai lia para opinar. Eu não tenho palavras para agradecer esse apoio. Contei com o apoio de desconhecidos, quando eu divulgava a história em site e recebia reviews com as pessoas pedindo a continuação Isso também ajudou muito, acho que eu não teria terminado a história se não fossem as pessoas querendo mais. Em relação aos amigos é complicado falar. Porque certamente tinham aqueles que me apoiaram e seria injusto ignorar isso. Entretanto, também há aqueles que simplesmente não se importam e isso doeu e dói até hoje. E na hora de generalizar, infelizmente, o que acaba contando mais é essa sensação de descaso que eu muitas vezes sinto porque eu sou uma pessoa super carente de atenção XD e eu me importo muito com as coisas, eu me importo muito com o que é importante para quem eu amo, então, esperava isso de volta. Fazer o quê? XD E atualmente, eu conheci pessoas incríveis, escritores, leitores e blogueiros que, meu Deus, eu estaria certamente perdida sem eles! O carinho é demais e não faltam braços estendidos para ajudar, inclusive nas vendas (Um beijo pro Schulai pela parte das vendas, aquele lindo! :x). Acho que de forma geral, é muito legal e muito positivo. =] Não me arrependo de nada.

5- Como você encara o cenário literário do Brasil atualmente?
Acho meio risível, na verdade... Por um lado, muito positivo, por sinal, acredito que novos autores estão tendo chance de aparecer um pouquinho mais. Acho que tem muita coisa boa vindo por aí e vejo dois pontos bem negativos: O primeiro é que ninguém quer ler e a próxima geração procurará textos cada vez mais curtos. Muitas vezes as pessoas não lêem nem por não gostar, mas por gastar muito tempo. Ninguém tem tempo atualmente. E a outra coisa que eu acho terrível são as revisões. Se a gente pegar um livro brasileiro clássico tipo Lispector, Machado de Assis e for analisar a revisão é sempre impecável. Agora pega um novo autor e você achará um monte. Acho que quem está chegando agora, as vezes, é tratado com algum descaso.

6- Os livros mais vendidos do Brasil são, sem dúvidas, estrangeiros. Isto parte de um preconceito contra a literatura nacional arraigado há gerações ou crê que haja falta de divulgação e valorização por parte das Editoras?
Talvez os dois. Acho que o problema começa na escola. Os livros nacionais que nos dão para ler não são atrativos. São clássicos, tem seu valor por isso, mas cá entre nós, a grande maioria dos adolescentes não querem ler isso. Querem ler algo que tenha sexo, suspense, assassinatos ou dramas clichês amorosos. E acho que isso deveria ser oferecido no Ensino Fundamental e focar no Ensino Médio uma leitura mais erudita. Daí começa a se criar um preconceito. Eu mesma tinha um preconceito enorme até ler Dom Casmurro, que é um dos poucos que me interessei durante o período escolar. Aí acho que parte para as livrarias. Os livros nacionais estão sempre nos cantos, mal divulgados e completamente esquecidos, enquanto os estrangeiros ocupam sei lá, 80% da loja e bem no centro, onde todos podem ver? E algo que não pude deixar de reparar também em livrarias são os Best-sellers nacionais. Já viram os sobrenomes dos autores? Sempre indicando descendência estrangeira. Fora que se você jogar no site da Saraiva, por exemplo, eu achei o livro do Eduardo Sphor em literatura estrangeira. E está em Nacional também! Como pode isso?? Acho que por se ter criado um preconceito, em vez de combaterem isso, eles estimulam fazendo coisas desse tipo.

7- Como foi a publicação de seu livro?
Trabalhosa. Eu tive que correr atrás de tudo e ainda tenho e sinto que as vezes livros independentes são um pouquinho desvalorizados. De vez em quando eu me pergunto se não teria sido melhor ter enviado o livro para uma editora XD. Mas acho que a questão não fica só limitada a publicação porque, bem ou mal, mandar fazer é o mais fácil. Acho que a questão da divulgação que é penosa e atuar como editora-autora não é tão simples quanto eu imaginei. Porque não me basta mais só escrever, já que resolvi atuar como editora, preciso levar ao público o conhecimento do livro e fisgá-lo. Vamos ver onde vai dar =x

8- Como escritora, você deve ler muito. Quais são as maiores referências para você? Alguma escola literária o marcou nesta jornada?
Este meu primeiro livro saiu do cinema. A idéia era fazer um roteiro, mas, na época, eu não sabia como, então, escrevi um livro. O que não foi ruim, eu sempre gostei de escrever e sempre quis escrever um livro. Só não imaginava que essa história em particular fosse acarretar nele. A principal influência foi o cineasta Woody Allen. Para os fãs, acho que fica bastante na cara pelo desfecho da história, modo de agir dos personagens e até um pouco da narrativa.
Do mundo literário, para próximos livros, eu espero fazer livros que mude vidas, como Exupéry. Que façam a gente filosofar, pensar a vida e refletir muito como Jostein Gaarder e que possam simplesmente encantar, como John Green.

9- Dizem que os primeiros livros são um pouco autobiográficos. Isto se aplica a você? Os personagens foram baseados em pessoas do seu convívio?
Definitivamente não. Meus personagens são totalmente fictícios, frutos de minha imaginação. Acredito que não tenham nenhuma característica em comum com pessoas de meu convívio ou até mesmo comigo.

10- A sua jornada como escritor apenas começou, creio eu. Qual é o seu maior intento? Qual o maior sonho em sua vida de escritor que ainda não realizou?
A curto-prazo é conseguir estar na Bienal do Rio 2011 como autora. É difícil responder a longo prazo, pois é tudo muito incerto. Acho que eu já sairei bastante satisfeita se conseguir vender todos os livros que eu fiz. XD Meu maior vida na vida de escritora é poder, algum dia, quem sabe, viver de livros. Maaaas acho que isso se enquadra na categoria de sonhos impossíveis :x


11- A Arte de capa de seu livro foi sua idéia ou teve a sua colaboração? Aproveitando a pergunta, além do texto, quais foram as suas contribuições para a edição de seu livro?
A capa foi idealizada por mim, mas não fui eu que botei a mão na massa. =X Não tenho capacidade para isso. Acho que essa foi a minha única contribuição fora do texto... Eu me lembro que tudo o que eu fiz foi ficar desesperada a cada passo novo que era dado e entrar em pânico, ficar com medo e querer jogar tudo pro alto. XD

12- Quanto tempo levou para escrever seu livro? Há pessoas que certamente revisaram. Qual o papel delas no projeto do livro, ou seja, quanto elas contribuíram efetivamente para a construção do livro até o momento da publicação?
Um ano escrevendo e um ano para publicar. Primeiramente eu tive o auxílio dos meus pais que releram comigo bilhões de vezes para tapar os possíveis furos da história, depois eu tive a Bianca Briones como revisora que não só reviu português como, também, em duas partes específicas pontuou uma confusão em diálogos, onde as coisas não ficaram muito claras. Em seguida veio diagramação e mandar pra gráfica. Assim, se a gente pegar o original do livro e o que ele é hoje, nota-se uma diferença gritante. XD Como o original eu estava publicando em um site e recebi público, fiquei assustada com as pessoas gostando, porque, nossa! Quando eu reli, era um desastre. XD Então eu acho que meus pais e um pouquinho da Bianca também ajudaram para tornar o livro beeem melhor.

MUITO OBRIGADA, MARE!

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1 comentários:

  1. Olá Ana,
    Alguns blogs estão entrevistando blogueiros parceiros e isso te sido de certa forma, muito agradável e interessante. Saber o modo como as pessoas pensam, porque criaram seus blogs e o que pretendem atingir com isso. Ótima iniciativa.
    Um abraço e ótima semana.

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