Autora Parceira: Ana Paula Bergamasco + Entrevista



1- Poderia se apresentar aos leitores do blog?
R: Sou mãe, filha, esposa, advogada, professora e mestranda. Às vezes, escritora. Enérgica, persistente, estudiosa e exigente. Minhas filhas, esposo e minha família são o foco das minhas preocupações e das minhas alegrias. Sou uma pessoa feliz.

2- Quando você começou a pensar em escrever, e por quê?
R: Escrever? Tempos imemoriais da minha infância. Já Apátrida foi um projeto que começou na graduação de direito, persistiu sobre meus muitos afazeres e demorou quatro anos para ser minimamente terminado. A intenção era transformar em palavras o horror e as barbáries humanas praticadas neste período. Penso que deu certo, pois as pessoas se emocionam e refletem com o livro.

3- Além de escritora, você tem alguma outra atividade profissional?
R: Sim, sou advogada e professora.

4- Como foi o início da carreira? A família e os amigos apoiaram?
R: Estou no início da carreira literária. Meus amigos e familiares sempre me apoiam no que faço. E realmente é algo muito difícil!

5- Como você encara o cenário literário do Brasil atualmente?
R: Estamos crescendo, ganhando forças gradualmente. Sempre existiram grandes nomes na literatura. Mas entrar no mercado era praticamente impossível sem que alguém do meio enchergasse o talento. Muitos foram preteridos sem chance alguma. Hoje as editoras estão mais atentas aos potenciais e ainda há a possibilidade de se lançar sozinho. E os brasileiros estão descobrindo seus próprios tesouros.

6- Os livros mais vendidos do Brasil são, sem dúvidas, estrangeiros. Isto parte de um preconceito contra a literatura nacional arraigado há gerações ou crê que haja falta de divulgação e valorização por parte das Editoras?
R: Talvez uma mistura de tudo isto. É da nossa cultura (ou ausência dela) darmos um incrível valor ao que é estrangeiro em detrimento de nossas potencialidades. Como se o outro fosse melhor que nós. E não é! Cada um tem suas peculiaridades, atrativos, qualidades e defeitos. Os brasileiros constituem um povo ímpar. E seria impóssivel que de nossas duas centenas de milhões de habitantes não sairiam grandes escritores, atletas e artistas. Estamos acordando para este cenário e descobrindo o quanto somos capazes. Aos poucos conquistaremos os corações de nossos compatriotas, pela competência.

7- Como foi a publicação de seu livro?
R: Difícil. Embora fosse finalista do Prêmio SESC de Literatura, havia uma demora na análise do original pelas editoras. Firmei uma parceria e publiquei o livro com recursos próprios. Hoje vejo que foi a melhor atitude, pois ele está fazendo sucesso entre os leitores e abrindo espaço centímetro a centímetro nas prateleiras.

8- Como escritora, você deve ler muito. Quais são as maiores referências para você? Alguma escola literária o marcou nesta jornada?
R: Leio muito: todos os gêneros e sobre tudo. Não tive influência direta, pois não consigo escrever pautada por uma ou outra escola literária. Mas poderia citar Tolstói, Dostoiévski, Machado e Rodrix como leituras que me agradam.

9- Dizem que os primeiros livros são um pouco autobiográficos. Isto se aplica a você? Os personagens foram baseado em pessoas do seu convívio?
R: Pergunta difícil. Normalmente construímos os personagens com o que conhecemos. E isto significa nossas referências. Irena é uma mistura de mulheres fortes que conheço: mãe, avós e sogra. Mas o enredo em si não tem nada de autobiografia. É ficção.

10- A sua jornada como escritora apenas começou, creio eu. Qual é o seu maior intento? Qual o maior sonho em sua vida de escritor que ainda não realizou?
R: Minha pretensão? Que as pessoas se emocionem com o livro e me deem um retorno. Não tenho intensões mirabolantes como o Nobel da Literatura. Vale-me muito mais um sorriso de um leitor, uma observação sobre a obra (boa ou ruim), um incentivo. Sou escritora porque gosto de escrever, não por eventuais prêmios.

11- A Arte de capa de seu livro foi sua idéia ou teve a sua colaboração? Aproveitando a pergunta, além do texto, quais foram as suas contribuições para a edição de seu livro?
R: A arte da capa foi de Ricardo Diniz, que trabalha com criação, uma pessoa muito competente e de uma sensibilidade incrível. Ele leu a obra, foi um dos meus grandes incentivadores na sua publicação. Como temos diálogo, disse a ele o que queria com a capa: o olho, uma foto de fundo, a lágrima. Ele captou a mensagem e foi além das minhas expectativas. Um verdadeiro trabalho de criação.

Fico feliz com a oportunidade e incentivo a leitura do livro. Para conhecê-lo, visitem o blog: http://apatridaolivro.blogspot.com/ com as resenhas, os primeiros capítulos e opiniões de outros escritores.


Um cordial abraço literário!

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1 comentários:

  1. Ótima entrevista, acho que os brasileiros estão, pouco a pouco, abrindo espaço em suas estantes (e em seus corações) para a literatura brasileira contemporânea e desejo muito sucesso à autora.

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