Autora Parceira: Flávia Cristina + Entrevista
1- Poderia se apresentar aos leitores do blog?
Minha primeira formação acadêmica foi Administração na USP, e já naquela época, ainda muito jovem, percebia que não era ali que encontraria meu verdadeiro caminho. Após alguns anos de trabalho em Marketing, acabei deixando por completo essa área e iniciei a FFLCH, Faculdade de Letras, também na USP, onde me formei em Francês e Português. Por essa época, dei aulas de português para estrangeiros e aulas para crianças e jovens com dificuldades na aprendizagem da língua materna, e me realizava profissionalmente.
2- Quando você começou a pensar em escrever, e por quê?
Meu primeiro impulso para escrever de que me lembro aconteceu aos sete anos. Escrevia com todas as dificuldades que uma criança pode ter, e quando não escrevia, elaborava muitas historinhas na minha cabeça. Aos nove anos anotei num diário que eu queria ser escritora, o que fui realizar muitos anos depois, com a publicação do meu primeiro romance.
A escrita para mim é, antes de tudo, uma expressão artística, e por meio dessa expressão é possível conciliar a imaginação às ideias sobre o mundo, sobre a humanidade, sobre a época em que vivemos. A literatura pode ser um caminho de descobertas, de reflexão e de encontros, tanto para o autor, quanto para o leitor.
3- Além de escritora, você tem alguma outra atividade profissional?
Atualmente atuo também como aconselhadora biográfica. É um trabalho realizado em alguns encontros e possibilita que a pessoa percorra os setênios da sua vida, compreenda os fatos e a maneira como se interligam e determine ações futuras, com base na compreensão da sua biografia.
4- Como foi o início da carreira? A família e os amigos apoiaram?
Para falar a verdade, eu demorei a dizer para as pessoas que eu escrevia. Era como um segredo que eu carregava, mas quando finalmente trouxe esse trabalho a público, tive muito apoio das pessoas.
5- Como você encara o cenário literário do Brasil atualmente?
Estou impressionada com o número de blogs que se dedicam à literatura, o que revela que há muitas pessoas que gostam de histórias. E é claro que a literatura de um país depende de haver pessoas que lêem! Esse é um fato muito positivo para divulgar autores nacionais que acabam tendo um meio para encontrar seus leitores.
6- Os livros mais vendidos do Brasil são, sem dúvidas, estrangeiros.Isto parte de um preconceito contra a literatura nacional arraigado há gerações ou crê que haja falta de divulgação e valorização por parte das Editoras?
É interessante essa pergunta, porque tenho recebido diversas mensagens de pessoas que leram o livro Paixão e Liberdade e dizem ter superado o preconceito que tinham com autores nacionais. O que me deixa super feliz, claro, mas revela um receio do leitor para com a literatura nacional. É claro que as livrarias e as editoras dão preferência à literatura estrangeira que chega ao país, já com sucesso consagrado, mas se os próprios leitores procurarem conhecer o que está sendo publicado no Brasil, então esse quadro pode mudar. Ou pelo menos equilibrar!
7- Como foi a publicação de seu livro?
Foi uma grande conquista! Cada livro representa um nascimento para o autor, e a possibilidade de levar para o mundo o que foi escrito tão solitariamente.
8- Em seu livro há passagens na França e Irlanda. Para a construção da paisagem você precisou efetivamente ir até estas localidades ou deixou que a fotografia" em sua mente guiasse os fatos?
Pesquisei as paisagens da Irlanda, observei fotografias e li sobre a antiga cultura celta. O que me ajudou a retratar a passagem de Camila por lá. Já a França é um país onde estive várias vezes e apenas puxei algumas lembranças.
9- O livro traz à reflexão a verdadeira liberdade. Você, como idealizadora do projeto, tem alguma definição ou sentimento quanto à liberdade a que faz alusão?
A liberdade é uma realidade interna. Foi a essa conclusão que cheguei após algumas vivências pessoais, reflexões e observação do mundo e das pessoas. A liberdade só pode existir quando se vive o presente, plenamente. E viver o presente é tomar a cada instante as rédeas da própria vida. Não se é livre preso ao passado, culpando situações que aconteceram ou pessoas, ou sonhando com momentos que não existem mais. Também não se é livre projetando o futuro, o tempo todo, por prevenção, medo ou ilusão.Muitas vezes, pensar no passado ou no futuro é fugir do presente, único momento em que podemos agir, fazer escolhas, tomar decisões. A liberdade vive no presente, na respiração.
10- Como escritora, você deve ler muito. Quais são as maiores referências para você? Alguma escola literária a marcou nesta jornada?
Referências são aqueles autores e livros que apesar do tempo têm sempre algo novo a dizer, a cada leitura. E apesar do mesmo texto, da mesma história, surge uma nova percepção. Fernando Pessoa e Marcel Proust, nesse aspecto, são referências para mim, apesar de que há tantos outros que poderia citar, como Oscar Wild, Machado de Assis, Clarice Lispector, Cecília Meireles, Gustave Flaubert, por exemplo. Sempre me fascinou a literatura psicológica, o aprofundamento na complexidade que é a mente humana.
11- Dizem que os primeiros livros são um pouco autobiográficos. Isto se aplica a você? Os personagens foram baseado em pessoas do seu convívio?
Essa pergunta compromete!(risos). Mas vou te dizer que isso é verdade, pelo menos para mim. É muito difícil desvencilhar-se de si nas primeiras criações literárias, e apesar de que os fatos narrados no meus livros não são autobiográficos, os temas sim.
Os personagens, na minha experiência, nunca são completamente inventados. São criados a partir de encontros reais, mas isso não significa que um personagem seja determinada pessoa. Um personagem pode ter aspectos de dezenas de pessoas! São gestos, falas, movimentos, resgatados da memória, e que compõem os personagens.
12- A sua jornada como escritora apenas começou, creio eu. Qual é o seu maior intento? Qual o maior sonho em sua vida de escritora que ainda não realizou?
É verdade que eu ainda tenho um longo percurso para ser trilhado. Meu intento no momento é terminar e publicar o romance que estou escrevendo. Mas, o maior sonho nessa vida de escritora é buscar sempre mais inspiração para histórias que façam sentido, e, é claro, ter cada vez mais aceitação do público.
13- A Arte de capa de seu livro foi sua idéia ou teve a sua colaboração? Aproveitando a pergunta, além do texto, quais foram as suas contribuições para a edição de Paixão e Liberdade?
A capa do livro foi criada pela equipe da editora Novo Século. Eu tinha ideia de outra capa, mas quando a vi, adorei!
14- Quanto tempo levou para escrever o livro? Há pessoas que certamente revisaram. Qual o papel delas no projeto do livro, ou seja, quanto elas contribuíram efetivamente para a construção do mesmo até o momento da publicação?
Levei um ano e uns três meses para escrever. Após a aprovação, a editora encaminhou sua produção, iniciando pelo trabalho de revisão, diagramação, etc. Mas não houve interferência na história ou no estilo da narrativa.
15- Tem alguma opinião sobre o fato de a maioria dos escritores preferir ambientar seus personagens em localidades distantes de seu país de origem?
Tudo depende do contexto da história, e aí entram o ambiente, a língua, os costumes. Penso que deve haver uma coerência interna na narrativa que justifique a escolha da localidade.
16- Lê algum livro no momento? Algum escritor tem influência em sua marca?
Estou lendo um livro que há tempos está na minha cabeceira que é O Retrato de Dorian Gray, de Oscar Wilde. Os diálogos são absolutamente profundos.
17- Prefere uma descrição intimista de seus personagens ou uma visão "determinista" dos mesmos?
Sempre busco me aprofundar na psique dos personagens, e me faço a pergunta: O que pensa? Por que pensa? O que sente? Que contradições habitam seus sentimentos? Que medos? Dilemas? E, com tudo isso, para onde vai? Quais são seus desafios, de dentro e de fora...?
Um personagem é como qualquer pessoa que encontro na vida. No início, um enigma, e com o tempo, talvez, algo se revele.
18- Se quiser, deixe um recado para os leitores.
Leiam também os autores nacionais...
Minha primeira formação acadêmica foi Administração na USP, e já naquela época, ainda muito jovem, percebia que não era ali que encontraria meu verdadeiro caminho. Após alguns anos de trabalho em Marketing, acabei deixando por completo essa área e iniciei a FFLCH, Faculdade de Letras, também na USP, onde me formei em Francês e Português. Por essa época, dei aulas de português para estrangeiros e aulas para crianças e jovens com dificuldades na aprendizagem da língua materna, e me realizava profissionalmente.
2- Quando você começou a pensar em escrever, e por quê?
Meu primeiro impulso para escrever de que me lembro aconteceu aos sete anos. Escrevia com todas as dificuldades que uma criança pode ter, e quando não escrevia, elaborava muitas historinhas na minha cabeça. Aos nove anos anotei num diário que eu queria ser escritora, o que fui realizar muitos anos depois, com a publicação do meu primeiro romance.
A escrita para mim é, antes de tudo, uma expressão artística, e por meio dessa expressão é possível conciliar a imaginação às ideias sobre o mundo, sobre a humanidade, sobre a época em que vivemos. A literatura pode ser um caminho de descobertas, de reflexão e de encontros, tanto para o autor, quanto para o leitor.
3- Além de escritora, você tem alguma outra atividade profissional?
Atualmente atuo também como aconselhadora biográfica. É um trabalho realizado em alguns encontros e possibilita que a pessoa percorra os setênios da sua vida, compreenda os fatos e a maneira como se interligam e determine ações futuras, com base na compreensão da sua biografia.
4- Como foi o início da carreira? A família e os amigos apoiaram?
Para falar a verdade, eu demorei a dizer para as pessoas que eu escrevia. Era como um segredo que eu carregava, mas quando finalmente trouxe esse trabalho a público, tive muito apoio das pessoas.
5- Como você encara o cenário literário do Brasil atualmente?
Estou impressionada com o número de blogs que se dedicam à literatura, o que revela que há muitas pessoas que gostam de histórias. E é claro que a literatura de um país depende de haver pessoas que lêem! Esse é um fato muito positivo para divulgar autores nacionais que acabam tendo um meio para encontrar seus leitores.
6- Os livros mais vendidos do Brasil são, sem dúvidas, estrangeiros.Isto parte de um preconceito contra a literatura nacional arraigado há gerações ou crê que haja falta de divulgação e valorização por parte das Editoras?
É interessante essa pergunta, porque tenho recebido diversas mensagens de pessoas que leram o livro Paixão e Liberdade e dizem ter superado o preconceito que tinham com autores nacionais. O que me deixa super feliz, claro, mas revela um receio do leitor para com a literatura nacional. É claro que as livrarias e as editoras dão preferência à literatura estrangeira que chega ao país, já com sucesso consagrado, mas se os próprios leitores procurarem conhecer o que está sendo publicado no Brasil, então esse quadro pode mudar. Ou pelo menos equilibrar!
7- Como foi a publicação de seu livro?
Foi uma grande conquista! Cada livro representa um nascimento para o autor, e a possibilidade de levar para o mundo o que foi escrito tão solitariamente.
8- Em seu livro há passagens na França e Irlanda. Para a construção da paisagem você precisou efetivamente ir até estas localidades ou deixou que a fotografia" em sua mente guiasse os fatos?
Pesquisei as paisagens da Irlanda, observei fotografias e li sobre a antiga cultura celta. O que me ajudou a retratar a passagem de Camila por lá. Já a França é um país onde estive várias vezes e apenas puxei algumas lembranças.
9- O livro traz à reflexão a verdadeira liberdade. Você, como idealizadora do projeto, tem alguma definição ou sentimento quanto à liberdade a que faz alusão?
A liberdade é uma realidade interna. Foi a essa conclusão que cheguei após algumas vivências pessoais, reflexões e observação do mundo e das pessoas. A liberdade só pode existir quando se vive o presente, plenamente. E viver o presente é tomar a cada instante as rédeas da própria vida. Não se é livre preso ao passado, culpando situações que aconteceram ou pessoas, ou sonhando com momentos que não existem mais. Também não se é livre projetando o futuro, o tempo todo, por prevenção, medo ou ilusão.Muitas vezes, pensar no passado ou no futuro é fugir do presente, único momento em que podemos agir, fazer escolhas, tomar decisões. A liberdade vive no presente, na respiração.
10- Como escritora, você deve ler muito. Quais são as maiores referências para você? Alguma escola literária a marcou nesta jornada?
Referências são aqueles autores e livros que apesar do tempo têm sempre algo novo a dizer, a cada leitura. E apesar do mesmo texto, da mesma história, surge uma nova percepção. Fernando Pessoa e Marcel Proust, nesse aspecto, são referências para mim, apesar de que há tantos outros que poderia citar, como Oscar Wild, Machado de Assis, Clarice Lispector, Cecília Meireles, Gustave Flaubert, por exemplo. Sempre me fascinou a literatura psicológica, o aprofundamento na complexidade que é a mente humana.
11- Dizem que os primeiros livros são um pouco autobiográficos. Isto se aplica a você? Os personagens foram baseado em pessoas do seu convívio?
Essa pergunta compromete!(risos). Mas vou te dizer que isso é verdade, pelo menos para mim. É muito difícil desvencilhar-se de si nas primeiras criações literárias, e apesar de que os fatos narrados no meus livros não são autobiográficos, os temas sim.
Os personagens, na minha experiência, nunca são completamente inventados. São criados a partir de encontros reais, mas isso não significa que um personagem seja determinada pessoa. Um personagem pode ter aspectos de dezenas de pessoas! São gestos, falas, movimentos, resgatados da memória, e que compõem os personagens.
12- A sua jornada como escritora apenas começou, creio eu. Qual é o seu maior intento? Qual o maior sonho em sua vida de escritora que ainda não realizou?
É verdade que eu ainda tenho um longo percurso para ser trilhado. Meu intento no momento é terminar e publicar o romance que estou escrevendo. Mas, o maior sonho nessa vida de escritora é buscar sempre mais inspiração para histórias que façam sentido, e, é claro, ter cada vez mais aceitação do público.
13- A Arte de capa de seu livro foi sua idéia ou teve a sua colaboração? Aproveitando a pergunta, além do texto, quais foram as suas contribuições para a edição de Paixão e Liberdade?
A capa do livro foi criada pela equipe da editora Novo Século. Eu tinha ideia de outra capa, mas quando a vi, adorei!
14- Quanto tempo levou para escrever o livro? Há pessoas que certamente revisaram. Qual o papel delas no projeto do livro, ou seja, quanto elas contribuíram efetivamente para a construção do mesmo até o momento da publicação?
Levei um ano e uns três meses para escrever. Após a aprovação, a editora encaminhou sua produção, iniciando pelo trabalho de revisão, diagramação, etc. Mas não houve interferência na história ou no estilo da narrativa.
15- Tem alguma opinião sobre o fato de a maioria dos escritores preferir ambientar seus personagens em localidades distantes de seu país de origem?
Tudo depende do contexto da história, e aí entram o ambiente, a língua, os costumes. Penso que deve haver uma coerência interna na narrativa que justifique a escolha da localidade.
16- Lê algum livro no momento? Algum escritor tem influência em sua marca?
Estou lendo um livro que há tempos está na minha cabeceira que é O Retrato de Dorian Gray, de Oscar Wilde. Os diálogos são absolutamente profundos.
17- Prefere uma descrição intimista de seus personagens ou uma visão "determinista" dos mesmos?
Sempre busco me aprofundar na psique dos personagens, e me faço a pergunta: O que pensa? Por que pensa? O que sente? Que contradições habitam seus sentimentos? Que medos? Dilemas? E, com tudo isso, para onde vai? Quais são seus desafios, de dentro e de fora...?
Um personagem é como qualquer pessoa que encontro na vida. No início, um enigma, e com o tempo, talvez, algo se revele.
18- Se quiser, deixe um recado para os leitores.
Leiam também os autores nacionais...
ana postei uma tag para vc no blog: http://tykkita.blogspot.com/2009/05/tykka-por-rita-lee.html
ResponderExcluiré um brincadeira legalll =D
beijos
Ela está lendo um dos livros da minha wishlist, o Retrato de Dorian Gray! *-*
ResponderExcluirLegal a entrevista, eu estou começando a me entregar aos escritores nacionais. Já lia na biblioteca da escola, mas agora que estou acompanhando esse movimento no Brasil.
Adorei a entrevista. Estou ansiosa para ler Paixão e Liberdade.
ResponderExcluirParabéns pelo desafio. Aguarde nosso e-mail.
BjoO
Pri
Entre Fatos e Livros