RESENHA: Um Conto de Fadas em Manhattan - Elisa Puricelli Guerra

Um Conto de Fadas em Manhattan
Autora: Elisa Puricelli Guerra
ISBN:  9788501088390
Páginas: 312
Editora: Galera Record
Ano: 2012 (lançamento)
Sinopse:  Manhattan é um lugar especial onde bruxas são esteticistas, ogros excepcionais detetives, fadas madrinhas excelentes estilistas e agências de emprego oferecem ótimas colocações a princesas, meias-irmãs e madrastas. Olivia, de onze anos, tem uma fada madrinha, mas esta perdeu a memória e não se lembra dos dons que lhe concedeu. Como se não bastasse, o Grande Livro dos Nomes e dos Dons, onde as fadas registram os dons dos afilhados, foi roubado e, se não for recuperado dentro de três dias desaparecerá para sempre! Olivia embarca em uma missão acompanhada por ogros e outros seres para encontrar o livro e descobrir o seu dom e se ela também é uma princesa.

Enredo
Nas grandes cidades do mundo, convivem as pessoas mais diversas possíveis. Não seria de todo esquisito que as personagens dos contos de fadas estivessem nesse meio.
Olívia é uma menina de onze anos que vive uma rotina extremamente regrada. Por possuir um pé direito maior que o outro, a menina sempre acaba perdendo um dos pares de sapato. Não é raro sair com dois sapatos de cores diferentes; por causa disso, ganhou o apelido de Esquisívia na escola.
Uma de suas babás, Arabella, revela que é uma princesa e Olívia descobre que pode ser uma também. Além disso, ela ganhou um dom especial, só que não sabe qual é!
Ao ir atrás da madrinha, descobre que o Grande Livro dos Nomes e dos Dons sumiu. Com a iminência de perder seus poderes, Olívia se junta a Josephine, a secretária de sua madrinha, Arabelle, Corinne (a madrinha), o detetive Orlando Narizfino e a meia-irmã Kelly para desvendar este sumiço.
O espaço em que se passa a história possui algumas características conhecidas do público (como uma grande cidade funciona, por exemplo), outras nem tanto (a casa das personagens de contos de fadas possui "decoração" diferente das casas "normais"). Desta forma, a autora administra de forma flexível a descrição espacial: em momentos necessários, é mais detalhada e completa; em outros, é feita de forma mais simplificada, o que mantém o tom leve da história. O momento temporal é facilmente identificável pela cultura e tecnologia da época, pertinentes às atuais.
Olívia é a personagem principal, mas a narração em terceira pessoa faz com que não seja a mais profunda. Na verdade, é possível dizer que há 3 personagens igualmente complexas: Orlando, Kelly e a própria Olívia,. Mesmo assim, é uma profundidade pertinente ao livro: nada traumático, apenas algumas dúvidas e receios comuns, o que consegue, também, manter a característica do livro: infanto-juvenil e cômico,
A ideia que baseia a história é muito criativa, apesar de os contos de fadas estarem em alta (Once Upon A Time, Grimm, vários livros do gênero).
O andamento é tranquilo, bem leve. O momento maior de tensão é o final, em que o mistério está praticamente solucionado.
De toda a história, a única parte que pode frustrar o leitor é o final. Um ponto positivo, entretanto, é o fato de não haver nenhum relacionamento amoroso, mesmo que exista uma leve inclinação de dois personagens para isto.

Estrutura "Artística"
O desenho de capa é muito bonito, pertinente ao enredo. A cor da contra-capa e da lombada é que pode ser um problema: infelizmente, ainda há preconceito com livros de cores ditas "femininas" (o que é um absurdo). Isto pode desencorajar potenciais leitores masculinos que com certeza iriam gostar bastante da história.
A sinopse serve bem ao seu propósito: informa o leitor de que se trata o livro e ainda consegue colocar um gancho ao final.
A diagramação é excelente. As fontes são de tamanho médio, os capítulos não são longos. Outro fato incrível é todo o trabalho artístico feito a cada capítulo: o título, as páginas, as margens, tudo foi minuciosamente decorado, mas não de forma exagerada.
Alguns pontos ficaram sem desfecho, mas entende-se que pelo menos a maioria da história foi planejada.

Estrutura Física (Materiais)
As páginas são amareladas, o que diminui a reflexão intensa da luz e evita o cansaço do leitor. O material de capa é pouco vulnerável a vincos e amassados.

Análise
Enredo (x3): 4,17
 • Espaço (x2): 4 (muito bom);
 • Tempo (x2): 4 (muito bom);
 • Personagens (x2): 5 (ótimas);
 • Criatividade (x1): 5 (ótima);
• Andamento do enredo (x2): 5 (ótimo);
• Início, meio e fim (x3): 3 (bom);

Estrutura Artística (x1): 4,33
 • Capa (x1): 4 (muito bom);
• Diagramação (x1): 5 (ótima);
• Fontes (x2): 5 (ótima);
 • Sinopse (x2): 4 (muito boa);
• Enredo (x3): 4 (muito bom);

Estrutura Física (x1): 4,67
 • Capa (x1): 4 (muito boa);
 • Páginas (x2): 5 (ótimas);


Nota final: [3*(4,17) + (4,33)*1+4,67*1]/5= 4,3




Gostou da obra?
Fiquei um pouco decepcionada com o final, pois esperava que alguns fatos fossem revelados; de resto, gostei bastante! Não se enganem - mesmo eu não gostando do final, o livro é muito bom! Criativo, divertido, escrito de forma leve, bastante pertinente à idade das personagens. Recomendo a todos - todos mesmo! Só não recomendo a bebês porque eles não sabem ler, hehehe. Não que os pais não possam ler para eles, certo? :D Recomendado!

A Autora
Elisa Puricelli Guerra nasceu em Milão, mas vive a maior parte do tempo em Londres. Passa horas a contemplar o Tamisa ou a passear nos jardins de Kensington, talvez em busca de inspiração para as suas histórias. No entanto, nos tempos livres, trabalha como editora e traduz romances para jovens. Um Conto de Fadas em Manhattan é o seu primeiro livro.


Agradeço à Galera Record pela exemplar.

ATENÇÃO: Este tipo de resenha é um teste. As próximas poderão ser tanto neste formato quanto no anterior. Qualquer dúvida, mande um e-mail.
Declaro que as imagens usadas acima não são de minha autoria, respeitando os direitos autorais dos verdadeiros criadores.




Sobre a Autora:
Ana Carolina Nonato cursa Ciência da Computação na Universidade de São Paulo (USP), mais especificamente no Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) em São Carlos. Leitora assídua desde os 3 anos de idade, os livros são seus maiores amores na vida juntamente com o Cinema (antigo) e o bom e velho rock 'n' roll.


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4 comentários:

  1. Gosto muito de livros com essa pegada mais leve e divertida. Uma pena que o final não te agradou, mas o restante se salvou. Bem, fiquei curioso pra lê-lo.


    @_Dom_Dom

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  2. Legal, eu gosto de contos de fadas, esse parece ser bem divertido, não tinha ouvido falar dele ainda.

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  3. Olá, Adriana!


    Leia! Se você gostar, é lucro; se não gostar, é experiência, certo? :D


    Grande abraço!

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  4. Nossa, eu também adoro! Gosto muito dos mais pesados também, mas é bom variar de vez em quando! :D


    Leia sim!!

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